Além de pastor, Campos também investiga morte suspeita de dengue em bebê
De acordo com o diretor de Vigilância em Saúde, o infectologista Rodrigo Carneiro, a notícia gera um otimismo para a secretaria, podendo ter a possibilidade de observar uma tendência de queda nos casos dentro de 3 a 4 semanas. “O que a gente está notando agora é que, nessa semana, a velocidade dessa aceleração está diminuindo. Os casos ainda estão subindo, mas não naquela proporção que a gente via há 3 a 4 semanas atrás. Isso é uma notícia que gera algum otimismo para a gente, vamos continuar acompanhando, mas talvez a gente consiga atingir o pico nas próximas semanas. Com isso, a gente tende a ter um número de casos estável para que, depois de mais algumas semanas, ele possa cair. Então, talvez a gente consiga, dentro de 3 a 4 semanas, observar uma tendência de queda, pode ser que isso aconteça”, explicou.
Além da morte do pastor Elizeu Souza, de 64 anos, a secretaria de Saúde de Campos também investiga o óbito por suspeita de dengue da bebê de 7 meses, que deu entrada no Hospital Ferreira Machado (HFM) com sintomas de Covid-19 no dia 2 de março e morreu no dia 8. Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, Charbell Kury, a morte da criança por Covid-19 foi confirmada, mas ainda há a investigação para descobrir se a bebê também tinha dengue e outras arboviroses. A informação foi passada durante a segunda reunião do Gabinete de Crise de Dengue e outras Arboviroses, realizada nesta quarta-feira (20). Durante a reunião, também foi citada a situação da vacinação do público infantil em relação a Covid-19, que tem sido baixa, com apenas 5% de crianças, a partir de 6 meses, imunizada.
— Tem dois óbitos em investigação. Esse paciente do senhor que teve um quadro hepático, e uma criança que faleceu por Covid-19, positivo, mas por precaução, nossa vigilância é extremamente sensível, e colhemos também para arbovirose, estamos esperando o resultado — relatou o infectologista Charbell Kury.
Até esta quarta (20), o município confirmou 3.753 casos de dengue e fez 4.734 notificações da doença. De acordo com dados apresentados na reunião, o maior número de casos está concentrado entre as pessoas de 12 a 59 anos, com um total de 2.819 confirmações. Já 416 idosos foram diagnosticados com dengue em Campos, a faixa etária é uma das mais preocupantes. As crianças de 2 a 11 anos, também classificadas como grupo de risco, estão em 259 casos confirmados. Cerca de 40 pessoas estão hospitalizadas pela doença.
Até esta quarta (20), o município confirmou 3.753 casos de dengue e fez 4.734 notificações da doença. De acordo com dados apresentados na reunião, o maior número de casos está concentrado entre as pessoas de 12 a 59 anos, com um total de 2.819 confirmações. Já 416 idosos foram diagnosticados com dengue em Campos, a faixa etária é uma das mais preocupantes. As crianças de 2 a 11 anos, também classificadas como grupo de risco, estão em 259 casos confirmados. Cerca de 40 pessoas estão hospitalizadas pela doença.
Charbell falou ainda sobre a importância da assistência desde a sala de espera, principalmente com a hidratação, que ajuda a evitar complicações pela dengue. “A sala de espera é muito importante, tanto no agente comunitário quanto em Unidade Básica de Saúde, tem que hidratar esse paciente desde a sala de espera porque, ali, é o diferencial da vida e da morte (...) Os maiores preditores de morte são a assistência demorada ao doente. Isso acontece, muitas vezes, porque uma hidratação mal feita, demorou a atender, ou o paciente roda, vai para o hospital, volta e quando volta, morre. A gente orienta sempre os nossos médicos para deixar internado se foi e voltou, tem vaga (...) A gente instalou filtro, coloca na sala de espera hidratação do paciente para que ele já possa ser hidratado enquanto espera o seu atendimento. Esse é o diferencial para o atendimento da dengue e a gente bate muito na assistência, porque reduz morte. São duas vertentes, é o combate ao vetor e a assistência”, disse.
Um diagrama de controle, documento do Estado do Rio de Janeiro, fez um comparativo desde 2013 até o ano de 2024. Nos dados, foi observado que o excesso de semana foi estabilizado. Em 2013, uma das piores epidemias que teve em Campos, os números são maiores, devido ao nível de sorotipo da doença mais grave, o 4, enquanto em 2024 é possível observar, até o momento, os dois primeiros sorotipos. Em Campos, o maior número de casos em uma semana até o momento foi de 761, enquanto na mesma época, em 2013, eram 1.768. Como forma de acalmar a população, Charbel Kury falou que “Não será a pior epidemia que teve”, devido a média dos casos até o momento. Porém, é preciso ter cuidado com os níveis de sorotipo.
De acordo com o diretor de Vigilância em Saúde, o infectologista Rodrigo Carneiro, a notícia gera um otimismo para a secretaria, podendo ter a possibilidade de observar uma tendência de queda nos casos dentro de 3 a 4 semanas. “O que a gente está notando agora é que, nessa semana, a velocidade dessa aceleração está diminuindo. Os casos ainda estão subindo, mas não naquela proporção que a gente via há 3 a 4 semanas atrás. Isso é uma notícia que gera algum otimismo para a gente, vamos continuar acompanhando, mas talvez a gente consiga atingir o pico nas próximas semanas. Com isso, a gente tende a ter um número de casos estável para que, depois de mais algumas semanas, ele possa cair. Então, talvez a gente consiga, dentro de 3 a 4 semanas, observar uma tendência de queda, pode ser que isso aconteça”, explicou.
Carneiro chegou a reafirmar sobre não ter nenhum caso confirmado de óbito até o momento, falando também sobre as Unidades Pré-hospitalares estarem disponíveis e aptas a atender população com dengue, uma outra opção para além do Centro de Referência de Dengue (CRD).
“Chegou janeiro, houve o aumento, fevereiro foi mais do que janeiro. Pelo que estamos vendo, vamos ter um março igual fevereiro. O sorotipo 1, que está circulando, é a sexta vez que vem por aqui. Eu acho, tenho quase certeza, que vai acontecer o seguinte: vai dar uma queda em abril em relação a março e, em maio, vai cair mais ainda. Eu acho que não vai ocorrer aquilo que acontecia no decorrer dos anos, foi antecipado. Maio eu acho que já vai estar controlado. A gente está trabalhando para as duas frentes: prevenção e assistência”, disse o diretor do CRD, Luiz José de Souza, sobre a situação de dengue no município. Ele informou, ainda, que o contêiner com mais 4 consultórios na área do CRD será colocado nessa semana.
Sobre o caso de óbito por dengue em investigação, do pastor, no último final de semana, o diretor do CRD falou que dengue não tem as manifestações apresentadas pelo paciente, então há possibilidades da morte não ter sido pela doença. Ele falou ainda sobre os casos confirmados de chikungunya.
“O caso de São José provavelmente não vai ser dengue, dengue não tem essas manifestações. O risco de óbito por dengue é quando tem um sinal de alarme, quando vem a dor abdominal, a hipotensão, e aí ele morre por choque, mas não desse jeito (...) A gente vem confirmando chikungunya também numa boa proporção e a doença tem uma característica que pega a rua toda, porque tem um período de viremia mais longos”, explica o médico.
“O caso de São José provavelmente não vai ser dengue, dengue não tem essas manifestações. O risco de óbito por dengue é quando tem um sinal de alarme, quando vem a dor abdominal, a hipotensão, e aí ele morre por choque, mas não desse jeito (...) A gente vem confirmando chikungunya também numa boa proporção e a doença tem uma característica que pega a rua toda, porque tem um período de viremia mais longos”, explica o médico.
O secretário de Saúde do município, Paulo Hirano, foi quem mediou a reunião e ressaltou sobre a situação dos lixos nas ruas e enchentes, com dificuldade de drenagem, que também atrai o mosquito transmissor.
"Isso não só acaba criando esses portos, criador do mosquito, mas também lembrar que período de chuva, esse lixo descartado nas vias públicas acaba por entupir toda a população de drenagem e aí vem as enchentes daquelas ruas. Então é um comportamento inadequado, eu diria lastimável, descartar resíduos, descartar o lixo na rua", ressalta o médico.
A reunião contou com a presença, ainda, da Promotora da 3ª tutela Coletiva, Maristela Naurath e a defensora pública Aline Barroco, também da Tutela Coletiva.
Prevenção realizada pelo CCZ passará por melhorias
O trabalho feito pelo Centro de Controle de Zoonoses do município agora será realizado de segunda a segunda, com quatro carros pela região, fazendo cerca de 30 km cada um. Durante o Faxinão, o número de carros chegava a mais de 50. Ressaltando a tecnologia moderna do momento com os veículos e a necessidade de limpeza dentro da própria residência pelos próprios munícipes, o diretor do CCZ, Carlos Morales informou que será iniciado o trabalho com um drone para pulverização de cima para baixo da área. Segundo ele, os testes com a empresa estão sendo feitos durante a semana, tomando como exemplo o interior de São Paulo, que já tem a tecnologia.
"Se a gente vai poder trabalhar toda a cidade de Campos com drone, dessa forma, como tem acontecido em várias cidades do Brasil. Então, se der certo, a gente vai estar trazendo essa tecnologia para Campos. Estamos aí executando a nossa função, que é a prevenção (...) Para toda a sociedade, a dengue está dentro da sua casa, eu preciso que você atue. Se você não atuar, você está trazendo consequência para o seu vizinho, para a sociedade e para a própria família", pede Carlos Morales. Ele ressaltou também sobre a importância da Secretaria de Serviços Públicos com a limpeza das ruas.
Outras doenças – dois casos suspeitos de febre maculosa em Campos
A informação passada pelo diretor do CRD é de que existem duas pessoas internadas por suspeita de febre maculosa no município, assim como outras pessoas chegam com casos de outras doenças, pensando ser dengue, como foi o caso de um jovem, diagnosticado com leptospirose. Outro caso foi o de leucocitose, em que existe a queda das plaquetas como na dengue, mas podem ser outras doenças, como até mesmo endocardite bacteriana ou as outras citadas anteriormente.
A informação passada pelo diretor do CRD é de que existem duas pessoas internadas por suspeita de febre maculosa no município, assim como outras pessoas chegam com casos de outras doenças, pensando ser dengue, como foi o caso de um jovem, diagnosticado com leptospirose. Outro caso foi o de leucocitose, em que existe a queda das plaquetas como na dengue, mas podem ser outras doenças, como até mesmo endocardite bacteriana ou as outras citadas anteriormente.
“A gente tem também a leptospirose. No sábado, chegou um jovem com icterícia e insuficiência renal. No domingo, já estava fazendo a hemodiálise, o garoto está muito bem. Então, salvamos uma leptospirose foi pela dengue. Febre maculosa estamos com dois casos internados por suspeita. Estamos coletando exame para fazer sorologia, mas eles já estão em tratamento. Casos vieram juntos, com quadro igual a dengue, mas com um diagnóstico diferencial (...) Então, isso tudo aparece na dengue. A gente tem que estar preparado pra não ter óbito, porque vem tudo junto. Vem febre, cefaleia, vai pra lá. Então, nós temos que ter um serviço diferenciado, ter capacidade de fazer um diagnóstico diferencial e tratar os pacientes graves", disse Luiz José. (I.S.)