Com epidemia à vista, Campos já soma 671 casos de dengue
De acordo com o diretor do Centro de Referência da Dengue (CRD), Luiz José de Souza, a cidade começou a registrar casos da patologia antes do previsto, entre os meses de janeiro e fevereiro e nunca esteve tão crítica. Nessa segunda, ele participou do programa Folha no Ar, da Folha FM 98,3.
Com risco de decretar epidemia nos próximos dias, o município de Campos registrou, até essa segunda-feira (26), 671 casos de dengue neste ano, sendo 84 novos casos em quatro dias. Segundo a Subsecretaria de Vigilância em Saúde, o cenário epidemiológico para dengue e outros agravos vem sendo monitorado diariamente. Além dos casos de dengue, foram registrados 26 casos de chikungunya e não há confirmação para zika.
De acordo com o diretor do Centro de Referência da Dengue (CRD), Luiz José de Souza, a cidade começou a registrar casos da patologia antes do previsto, entre os meses de janeiro e fevereiro e nunca esteve tão crítica. Nessa segunda, ele participou do programa Folha no Ar, da Folha FM 98,3.
Luiz José explicou ainda que a epidemia é localizada por regiões. No entanto, em 2024, tendo em vista o mapa do estado, a doença vem se alastrando, simultaneamente, por todas as regiões. “Trabalho na assistência há 22 anos e nunca vi a situação chegar como estamos vendo este ano. É preciso levar em consideração, também, que chuva e calor são favoráveis para a proliferação do mosquito, por isso, que nós tivemos muitos casos em janeiro e fevereiro, período esse atípico para a região, já que o pico de dengue costuma ser nos meses de abril, maio e junho”, destacou o diretor.
Luiz José pontuou que os casos de dengue no município estão em uma proporção de 90%. Porém, há ocorrências de chikungunya e Covid-19, simultaneamente.
O médico aconselhou que o paciente só deve procurar o CRD em caso de sinais de alarme, como dor abdominal intensa; hemorragias; queda abrupta da pressão arterial; muita prostração, entre outros sintomas. “Esses pacientes precisam estar sendo acompanhados em um hospital ou no CRD, pois o quadro pode evoluir para hipotensão, seguido de choque. Lembrando que a morte por dengue é por choque, por falta de líquido", ressaltou.
O município informou que adotou, desde o final de janeiro, a descentralização do atendimento aos pacientes com suspeita de dengue e a intensificação do trabalho do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), inclusive com o apoio de outras secretarias e departamentos públicos. Havendo necessidade, novas medidas poderão ser tomadas.
“Quanto à imunização contra a dengue, esclarecemos que o município não foi contemplado com a vacina nesse primeiro momento. A expectativa é de que seja selecionado pelo Ministério da Saúde e Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) na próxima listagem”, disse a Prefeitura de Campos através de nota. (C.B.) (A.N.)
Brasil tem metade dos casos somados em 2023
Com 920.427 casos prováveis de dengue desde 1º de janeiro, o país já contabiliza mais da metade do total de diagnósticos da doença identificados por estados e municípios ao longo de todo o ano de 2023, quando foram registrados 1.658.816 casos.
Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde mostram que, no ano passado, o coeficiente de incidência da dengue no país foi de 777,6 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. O coeficiente registrado atualmente é de 453,3 casos, sendo que o pico da doença, segundo autoridades sanitárias, ainda não foi atingido.
Em 2023, os estados com maior número absoluto de casos da doença eram Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Espírito Santo. Este ano, Minas Gerais segue liderando o ranking, com 311.333 casos. Nas posições seguintes estão São Paulo (161.397), Distrito Federal (98.169), Paraná (94.361) e Rio de Janeiro (71.494).