Suspeito de matar empresário Renato Maciel se apresenta na DP
Éder Souza e Dora Paula Paes 22/12/2023 10:53 - Atualizado em 22/12/2023 19:37
O dono de uma loja de armas, Rogério Matos Lopes, conhecido como "Xerife", de 50 anos, prestou depoimento e confessou, segundo a polícia, na 134ª Delegacia de Polícia do Centro, em Campos, que foi o autor do único disparo que matou o também empresário Renato de Souza Maciel, de 46 anos. O suspeito teria dito que a motivação foi uma dívida de R$ 200 mil, proveniente de uma venda de carro. Após prestar depoimento, ele foi liberado, mas deixou a delegacia, nesta sexta-feira (22), sob gritos de "assassino", por parte da família da vítima, que pede justiça e não entende o porquê dele ter sido liberado.

O crime aconteceu na noite de quarta-feira (20), na rua Oscar Machado, no bairro do IPS, próximo ao Colégio Estadual Francisco Sales. O suspeito teria fugido do local, no entanto, a filha da vítima usou as redes sociais para clamar por justiça. Renato, que era dono de uma agência de veículos, foi morto com um tiro no tórax quando ainda estava dentro de seu carro, um Fiat Toro prata.


Em depoimento à delegada titular da unidade, Natália Patrão, na tarde desta sexta-feira, Rogério contou os detalhes do crime. A delegada relatou que:

"A vítima estava dentro do carro e o autor passeando com cachorro e aconteceu esse disparo. O autor se apresentou hoje (nesta sexta-feira) e confessou o crime. Ele alegou a tese da legítima defesa. Disse que a vítima estava armada. Quando a vítima fez um movimento de pegar a arma ao lado do banco, ele teve que efetuar o disparo para proteger sua própria vida".


Ainda segundo Natália, existem algumas divergências nos determinados termos de declaração. "A filha da vítima alega que após o fato o autor apontou a arma para ela e a ameaçou. Testemunhas (quatro) ouvidas até o momento dizem que o autor não apontou a arma e nem ameaçou ninguém. Após o fato, ficou assustado e se evadiu do local", completa.
A alegação do dono da loja de armas foi uma dívida de cerca de R$ 200 mil pela venda de um veículo, há mais de um ano. Antes do crime, os dois homens teriam ficado conversando por cerca de 20 a 30 minutos. O autor apresentou na delegacia a arma utilizada e o porte.
— Como não existe requisito para prisão cautelar, porque ele não está intimidando testemunhas, ameaçando, destruindo provas, não está foragido, eu não tenho elementos para apresentar. (Ele) não coloca em risco a lei penal, nem a ordem pública, porque ele não tem anotação criminal pretérita. Não irei representar pela preventiva, porque não tenho elementos para isso — finalizou a delegada.
Ainda na delegacia, a mulher de Renato e a filha se mostraram indignadas pelo autor do crime ter sido liberado. “Não sei como vou viver na mesma rua do homem que matou o meu pai”, disse a filha da vítima, lembrando que acolheu no seu colo o corpo do pai após o crime.
Na porta da delegacia, a família de Renato concedeu entrevista coletiva e falou da indignação de ver o suspeito sair pela porta da frente da DP. Veja vídeo:
Vídeos e fotos: Rodrigo Silveira
 

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