Pais e alunos protestam contra aumento de mensalidade da Faculdade de Medicina de Campos
Dora Paula Paes 04/12/2023 18:48 - Atualizado em 05/12/2023 13:18
Rodrigo Silveira
Pais e alunos da Faculdade de Medicina de Campos (FMC) fizeram uma manifestação, na tarde desta segunda-feira (4), contra o aumento da mensalidade. O grupo com cartazes chamou atenção de quem passava pelo cruzamento das ruas Alberto Torres e Voluntários da Pátria. De acordo com os pais, a FMC, mantida pela Fundação Filantrópica Benedito Pereira Nunes, que também é responsável pela manutenção do HEAA (Hospital Escola Álvaro Alvim) e do CESEC (Centro de Saúde Escola Custodopolis), anunciou uma possível elevação nas mensalidades, apenas um ano após um aumento de 10%. Com o novo reajuste, a mensalidade da faculdade passaria para R$ 10,163,00.

"Em meio a um superávit notável de 20 milhões, a instituição alega investimentos prioritários, como a construção de uma praça verde, já orçada no último ano, causando descontentamento entre os alunos. A comunidade acadêmica reivindica transparência e reavaliação das prioridades de investimento", diz trecho da nota divulgada pelo grupo de manifestantes.
Rodrigo Silveira


Ainda, segundo ele, na manhã desta segunda-feira, quando ocorreu reunião para votar o reajuste, os alunos se mobilizaram, expressando opinião contrária na página oficial da Faculdade e a instituição teria bloqueado todos os comentários. "A comunidade acadêmica demanda transparência nos gastos, divulgação dos salários dos professores e acesso ao portal da transparência, considerando a recepção de verba federal pela instituição", diz outro trecho da nota.
A Folha demandou pedido de informações à Faculdade. Em nota, a Fundação Benedito Pereira Nunes, mantenedora da FMC, informou que não houve aumento real das mensalidades, apenas o reajuste mínimo baseado no IPCA de outubro de 2023 (4,82%). Segundo a instituição, todo o processo de discussão e aprovação seguiu os trâmites institucionais, passando pelos conselhos responsáveis, tendo sido, inclusive, enviado ao PROCON municipal, como determina a legislação.
“Caso a FBPN/FMC não cumpra o reajuste apresentado, estaria implicando em renúncia de receitas, indo contra as regras de responsabilidade fiscal, destacando que a FBPN é fiscalizada pelo Ministério Público das Fundações”, disse a nota.
A FBPN ainda disse que o que foi discutido na noite de segunda-feira (4), pelo Conselho Supremo da instituição, não foi o reajuste da mensalidade, mas a apresentação do orçamento para o ano de 2024. Proposta que, segundo a Fundação, já tinha sido aprovada por unanimidade pelo Conselho Curador da FBPN e pela Auditoria Externa. Após a discussão, foi aprovada também pelo Conselho Supremo.
“Quanto à filantropia da instituição, a legislação não está condicionada a valores de mensalidade, apenas que as instituições de ensino ofereçam bolsas de estudo integrais e parciais à comunidade, o que a FBPN/FMC cumpre rigorosamente, ofertando cerca de 20% das matrículas dos estudantes dos cursos ofertados pela FMC. O lucro advindo das atividades prestadas é revestido integralmente nas melhorias e aprimoramentos”, concluiu a nota. 

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