Saúde de Campos confirma mais um óbito por febre maculosa e por dengue
16/11/2023 09:16 - Atualizado em 16/11/2023 13:33
Secretaria de Saúde de Campos
Secretaria de Saúde de Campos / Divulgação - Secom Campos
O município de Campos confirmou mais um óbito por febre maculosa, totalizando três mortes pela doença neste ano, e outro por dengue, somando duas mortes. De janeiro até novembro deste ano, o município confirmou quatro casos de febre maculosa e 2.964 casos de dengue. Atenta a esse cenário epidemiológico, a secretaria municipal de Saúde (SMS) faz um alerta à população quanto às principais medidas de prevenção contra as doenças que têm gravidade variável e alta taxa de letalidade.
Em nota, a subsecretaria de Vigilância em Saúde informou que a terceira morte por febre maculosa no município foi de um homem de 33 anos, morador do Fundão. Ele foi internado no Hospital Plantadores de Cana (HPC) no dia 23 de outubro e morreu no dia seguinte. Em relação aos casos suspeitos de febre maculosa, quatro foram internados, sendo dois no Hospital Ferreira Machado (HFM) e dois no HPC. "Deste total, três seguem internados, já um paciente de 21 anos, morador de Sapucaia, foi a óbito no dia 28 de outubro. A pasta aguarda resultados de exames para febre maculosa e outros agravos para conclusão da investigação epidemiológica", dizia a nota.  
Já o óbito por dengue foi de um homem de 29 anos, morador do Parque Aurora. Segundo a subsecretaria de Vigilância em Saúde, o óbito ocorreu no dia 7 de setembro, mesmo dia em que ele deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). "Inicialmente o caso foi notificado à subsecretaria de Vigilância em Saúde como febre maculosa, entretanto, a equipe solicitou junto ao Estado a investigação de diagnóstico diferencial para dengue e leptospirose. Os resultados dos exames laboratoriais, que só ficaram prontos no final do mês de outubro, confirmaram dengue", informou a nota.
A secretaria de Saúde orienta os munícipes que busquem auxílio médico mediante os sintomas que são semelhantes.
A prevenção da febre maculosa, que tem como vetor o carrapato da espécie Amblyomma cajennense ou sculptum, conhecido como carrapato-estrela, deve ser feita por todos que tenham contato, principalmente em áreas rurais, que manipulem diretamente equinos e bovinos ou que tenham atividades, sejam recreativas ou profissionais, como caças, pesca, ou que fazem trilhas, adentrando áreas com vegetação abundante ou que sabidamente tenha a presença de capivaras.

“O carrapato que comumente fica parasitando animais silvestres como capivara também é passível de parasitar equinos, bovinos e até animais domésticos como cães e gatos”, explicou o diretor de Vigilância em Saúde, Rodrigo Carneiro.

O infectologista orienta que, caso seja indispensável adentrar esses locais, que façam com roupas de manga comprida, bota e luvas de modo a cobrir a superfície corpórea. “Após a saída desse local é necessário um minucioso exame da superfície do corpo atrás de possíveis carrapatos aderidos à pele e que devem ser retirados imediatamente”, completou.

Com relação à dengue, é de conhecimento de todos que a principal medida de prevenção é diminuir a população do mosquito transmissor: o Aedes aegypti. Para isso, cada cidadão deve evitar, principalmente em seu domicílio, a possibilidade da proliferação das larvas do mosquito. Assim, todos os objetos que possam servir de criadouros para o mosquito, ainda que com pequena quantidade de água, devem ser fiscalizados e eliminados.

“Outros cuidados que podem ser tomados são o uso de repelentes e métodos de barreira como cortinados para dormir e telas contra mosquitos nas janelas. No entanto, a forma mais eficaz é evitar proliferação do vetor e, para isso, deve-se evitar água limpa parada”, orientou Rodrigo Carneiro.

As duas doenças têm manifestações clínicas semelhantes, inicialmente com febre, dor no corpo, mialgia, artralgia e cefaleia que costumam evoluir nos primeiros dias sem melhora espontânea. A pessoa que apresentar esses sintomas, persistindo por 48 horas, sem melhora, deve procurar auxílio médico nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou Unidades Pré-Hospitalares (UPH). O local de referência da Prefeitura para atendimento a esses pacientes, após a procura dos locais iniciais, é o Centro de Referência da Dengue (CDR). Lá, a pessoa será avaliada para saber se tem hipótese diagnóstica e também receber acompanhamento.

Cenário — De janeiro a novembro deste ano, Campos teve quatro casos de febre maculosa confirmados, sendo que três evoluíram para óbito (pacientes de 58, 50 e 33 anos). Há outros cinco casos em investigação.

Já a dengue contabiliza 2.964 casos confirmados laboratorialmente e clínico epidemiológico, sendo dois óbitos em decorrência da doença (pacientes de 84 e 29 anos). O pico da doença ocorreu entre março e junho. Já a chikungunya teve aumento exponencial, contabilizando 27 casos. Não há caso de zika.

Controle e combate aos vetores — O trabalho de prevenção e controle da dengue, zika e chikungunya, feito pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), conta com visitação domiciliar diária e bloqueio aeroespacial com fumacê e bomba costal. Esta última atividade ocorre nos bairros com casos positivos das arboviroses. Há também monitoramento com armadilhas (Ovitrampas) e visita quinzenal aos Pontos Estratégicos (PE) como oficinas, borracharia, ferros-velhos e similares.

O CCZ também intensifica essas ações com mutirões, sempre às sextas-feiras, nos bairros com índice mais alto de infestação do Aedes aegypti. Realiza também trabalho de Educação em Saúde nas escolas, associações de moradores e empresas, além de ações integradas com secretarias e órgãos públicos da municipalidade.

Os Locais Prováveis de Infecção (LPI) da febre maculosa, notificados à subsecretaria de Vigilância em Saúde, recebem o trabalho de busca ativa do CCZ para identificação e recolhimento de amostras de carrapato para análise laboratorial, quando necessário, além de aplicação de inseticida e orientação à população quanto à higienização e como manter o local livre de carrapatos.

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