O homem acusado de tentar matar a ex-namorada no Parque Leopoldina, em Campos, em 2021, foi condenado a 26 anos e 8 meses de prisão em regime fechado. O julgamento aconteceu nesta terça-feira no Fórum Maria Tereza Gusmão. O processo tramita na 1ª Vara Criminal e está sendo conduzido pelo juiz Adonis Henrique Vieira. Com cinco testemunhas, incluindo as duas filhas da vítima, a audiência foi marcada pelo homem confessando o crime, segundo a defesa. Baleada no Parque Leopoldina enquanto ia para o trabalho, Roberta Bianca de Souza, então com 44 anos, ficou tetraplégica. O réu é o ex-namorado da vítima, Maciel da Silva Rosa, que chegou a ficar foragido,  foi preso cerca de um mês depois, quando se entregou à polícia.

Segundo testemunhas, no dia do crime Roberta estaria a caminho do trabalho, quando foi surpreendida pelo atirador, que estava em uma bicicleta e fugiu. A vítima foi atingida na mão esquerda, na perna direita e nas costas. Ela foi socorrida para o Hospital Ferreira Machado (HFM), onde ficou internada por 80 dias. Sua alta aconteceu no dia 19 de agosto de 2021. Na saída do hospital, Roberta, que estava acompanhada pela filha Isabela, recebeu uma despedida emocionante dos profissionais da UTI do hospital que cuidaram dela.

O ex-companheiro Maciel Rosa se entregou na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Campos quase dois meses após o crime. Na ocasião, a Deam informou que o suspeito se apresentou com seu advogado, mas não confessou o crime e não deu nenhuma informação sobre a arma utilizada.

No entanto, a Deam informou que o inquérito foi concluído com a oitiva de diversas testemunhas. Para a Polícia Civil, os laudos não deixam dúvidas sobre a autoria e motivação do crime. De acordo com as investigações, Roberta Bianca tinha terminado o relacionamento e o suspeito não teria aceitado.
Maciel teve a prisão temporária decretada pela 1ª Vara Criminal de Campos, pelo crime de tentativa de feminicídio/violência doméstica contra a mulher, desde o dia 2 de junho de 2021. No dia 25 de agosto do mesmo ano, o juiz Wycliffe de Melo Couto decretou a prisão preventiva do réu.

Em 7 de outubro de 2021, foi realizada a primeira audiência de instrução e julgamento do caso. Na ocasião, foram ouvidas quatro testemunhas de acusação e uma de defesa, além de dois peritos e dois policiais. Antes do início da audiência, familiares de Roberta fizeram uma manifestação em frente ao fórum, pedindo justiça para a vítima. O pedido de justiça é reforçado atualmente em um vídeo que circula nas redes sociais. Nele, Roberta conta a sua historia e as limitações que o crime lhe causou, tendo ficado tetraplégica.