Dora Paula Paes
24/04/2023 16:57 - Atualizado em 25/04/2023 14:08
Uma bebê de 28 dias foi levada para o Hospital Ferreira Machado (HFM) na manhã desta segunda-feira (24), com diversas fraturas, inclusive no crânio, após ter sido arremessada contra a parede pela própria mãe, na casa onde moram, na Tapera. A mãe, de 25 anos, foi presa no final da tarde, por agentes da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), onde o caso foi registrado.
O ato de violência teria ocorrido durante uma discussão entre a mãe da criança e o padrasto da suspeita. De acordo com avó da bebê, a suspeita estaria alcoolizada e, após uma discussão com o padrasto, ela pegou a criança do colo da avó e a arremessou. Os avós acionaram o Conselho Tutelar e foram até a Deam para registrar o caso.
De acordo com o Conselho Tutelar, o órgão possui um relatório feito às 13h34, que fala sobre a necessidade da transferência do bebê para a UTI Neonatal do Hospital Ferreira Machado. O Conselho afirma estar preocupado com a demora para a transferência.
A Folha solicitou um posicionamento do hospital sobre a informação da falta de vaga na UTI. Em nota, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou que o bebê está em observação na Emergência Pediátrica, estável com os sinais vitais normais e respirando sem auxílio de equipamentos. A nota diz ainda que a criança está sendo acompanhada por uma equipe multidisciplinar formada por médicos de diversas especialidades do HFM.
A titular da Deam, Madeleine Farias, esteve no hospital na noite dessa segunda e informou que a criança está com fraturas graves no crânio e ainda corre risco de morte. Na coletiva de imprensa sobre o caso, Madeleine falou que a avó da bebê percebeu, uma semana antes ao passar pelo quarto, a intenção da suspeita de tombar a menina da cama. Segundo parentes, a mãe da criança vinha se restringindo a amamentar a filha.
Quando perguntada pela delegada sobre se sabia o que tinha acontecido com a filha, ela perguntou se tinha morrido. "Ela foi extremamente fria, se reservou ao direito de falar, ficou em silêncio. Perguntei se ela sabia o que tinha acontecido com a filha dela e ela perguntou: morreu? Eu falei que o caso é muito grave, que está no hospital. Ela não estava de forma nenhuma consternada com o fato e, aparentemente, era o desejo dela mesmo", constatou Madeleine.