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Buscas por arma e moto (Fotos: Divulgação/Polícia Civil)
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Buscas por arma e moto (Fotos: Divulgação/Polícia Civil)
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Buscas por arma e moto (Fotos: Divulgação/Polícia Civil)
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Buscas por arma e moto (Fotos: Divulgação/Polícia Civil)
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Buscas por arma e moto (Fotos: Divulgação/Polícia Civil)
Equipes da 134ª Delegacia de Polícia (Centro) iniciaram na manhã desta terça-feira (14) as buscas pela arma e a moto utilizadas no assassinato da engenheira Letycia Peixoto Fonseca, grávida de 7 meses e executada no último dia 02, em Campos. As buscas se concentram no rio Ururaí.
Na noite dessa segunda-feira (13), a delegada titular da 134ª DP, Natália Patrão, chegou a informar, em vídeo publicado nas redes sociais da delegacia, que o professor e empresário Diogo Viola de Nadai, suposto mandate do crime, teria mudado sua rotina de trabalho na semana do assassinato, o que levou a polícia a suspeitar de uma criação de álibi por parte de Diogo. Ele foi preso no último dia 7 e está isolado em cela no presídio Diomedes Vinhosa Muniz, em Itaperuna.
Segundo o jornal O Globo, Diogo mantém uma mesma rotina e tem se alimentado normalmente durante refeições como café da manhã, lanche, almoço e jantar. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), os dois supostos executores também estão no mesmo presídio, isolados e em celas separadas. A medida visa evitar qualquer comunicação entre os suspeitos, para não prejudicar a investigação do caso, ainda em andamento na 134ª DP.
Ainda segundo Natália, desde o retorno das aulas presenciais no IFF Guarus, em 2022, onde Diogo atua como professor, o ponto biométrico do profissional aponta que ele teria uma série de faltas, atrasos, e até afastamento do trabalho. No entanto, na semana do crime, o professor teria passado mais horas na instituição, inclusive esteve na unidade de ensino em dia que não deveria lecionar.
No dia de sua prisão, Diogo preferiu ficar em silêncio durante o depoimento. O companheiro de Letycia chegou a prestar depoimento, na presença de dois advogados, no dia 6 de março, mas foi liberado. Segundo a delegada Natália Patrão, ele se negou a fornecer material genético para exame de DNA que confirmaria se ele era pai ou não do bebê de Letycia.
Também no dia 7, o proprietário da motocicleta utilizada no homicídio foi preso. Ele chegou a ser levado para a delegacia no dia 6, mas foi liberado. Porém, com o avanço das investigações, voltou a ser preso.
A Polícia Civil ainda conseguiu prender, no dia 6 de março, um homem apontado como interlocutor entre o mandante e os executores do crime. Nesse mesmo dia, o suspeito de ser o atirador foi preso, mas preferiu não falar em depoimento.
O primeiro suspeito a ser preso foi o condutor da moto, que foi capturado pelos agentes da 134ª DP no dia 4 de março. Em depoimento, ele confessou a participação no assassinato, segundo a delegada.
O crime
Letycia, grávida de sete meses, estava no carro da empresa em que trabalha conversando com sua mãe, que estava do lado de fora do veículo, na rua Simeão Scheremeth, próximo à Arthur Bernardes, quando, por volta das 21h, as duas foram surpreendidas por dois homens em uma moto, que pararam ao lado do automóvel. O carona disparou diversos tiros na direção da gestante, que foi atingida na face, no ombro, na mão esquerda e no tórax. A mãe de Letycia, por instinto, chegou a correr em direção aos criminosos, momento em que foi atingida na perna esquerda. Câmeras de segurança flagraram o momento do assassinato.
Também no momento do crime, Letycia deixava a tia-avó Simone Peixoto, de 50 anos, em casa, após um passeio de carro que fazia sempre com ela para acalmá-la. No banco do carona, Simone, que tem Síndrome de Down, ficou coberta de sangue e a família diz que ela chora o tempo inteiro. Segundo o tio de Letycia, eles chegaram a pensar que a Simone havia sido baleada, mas se tratava de grande quantidade de sangue de Letycia após ser atingida.
Mãe e filha foram socorridas pelo tio da gestante e levadas para o Hospital Ferreira Machado (HFM), onde Letycia morreu logo após dar entrada. Uma cesariana de emergência foi realizada e o bebê transferido para a UTI neonatal da Beneficência Portuguesa, mas ele não resistiu e morreu horas depois. Já a mãe da gestante foi atendida, fez exames e recebeu alta. Os corpos de Letycia e do filho foram sepultados, no dia 3 de março, no cemitério Campo da Paz.
O que já se sabe sobre o caso
- Letycia foi atingida por cinco tiros: um na face, um no ombro, um na mão esquerda e dois no tórax;
- A mãe de Letycia, Cintia Fonseca, presenciou o crime e foi baleada na perna esquerda ao reagir;
- Letycia foi socorrida com vida pelo tio, mas morreu logo após dar entrada no HFM, onde um parto de emergência foi realizado;
- O bebê Hugo foi registrado pelo avô, pai de Letycia;
- Material genético do bebê foi coletado no IML;
- Cinco suspeitos de envolvimento no crime foram presos:
> Suspeito de ser o mandante: Diogo Viola de Nadai
> Suspeito de ser o intermediador: Gabriel Machado Leite
> Suspeito de ser o atirador: Fabiano Conceição Silva
> Suspeito de ser o condutor da moto usada no crime: Dayson dos Santos Nascimento
> Suspeito de ser o proprietário da moto usada no crime: João Gabriel Ferreira Tavares
- Familiares de Letycia contam que a relação dela com Diogo era conturbada, de idas e vindas, e descrevem o companheiro da vítima como uma pessoa fria, inteligente e manipuladora;
- Diogo teria tentado apagar histórico de seu celular no dia do crime;
- Familiares de Letycia informaram que Diogo teria pedido que ela fizesse um empréstimo de R$ 16 mil para pagar dívidas de sua loja;
O que ainda falta saber sobre caso
- A motivação do crime ainda não foi divulgada ou ainda não foi fechada pela Polícia Civil. No início da investigação, a delegada Natália Patrão chegou a dizer que o crime teria sido passional, mas novas afirmações não foram feitas;
- Ainda não se sabe qual é a relação do Diogo Viola de Nadai com o intermediário. Gabriel Machado Leite é suspeito de ter sido a ponte entre o mandante e os executores;
- A arma e a moto usadas no crime ainda não foram encontradas. A arma usada foi um revólver, segundo a Polícia Civil. Já a moto, que seria de João Gabriel Ferreira Tavares, também preso, não teve o modelo divulgado. Em depoimento, ele disse que não viu a motocicleta desde o dia em que supostamente foi furtada;
- Confirmação da paternidade do bebê Hugo;
- A delegada Natália Patrão informou que ainda faltam dados e informações que foram solicitadas, por meio da Justiça, de aplicativos e outros recursos tecnológicos que possam ajudar na elucidação do crime;