Enquanto Campos ainda não inicia nem divulga o plano de vacinação contra a Covid-19 para idosos, um dos principais grupos de risco para a doença, municípios da região já realizam a imunização para este público-alvo. Em São João da Barra, foi iniciada a vacinação em domicílio para idosos acamados e acima de 90 anos. Já Conceição de Macabu começou, na segunda-feira (8), a aplicação do imunizante no grupo, sendo Maurina Silva, de 106 anos, a primeira a receber. Na capital, a campanha foi ampliada para cidadãos com menos de 90 anos. Apesar de listas com datas falsas que circulam pelas redes sociais, a Prefeitura de Campos informou que “não está divulgando calendário antes da chegada da vacina para não criar expectativa na população”. A cidade, que permanece na fase amarela, tem 688 mortos, 19.871 infectados e 17.995 recuperados desde o início da pandemia. A ocupação dos leitos clínicos e de UTI está em 40,5% e 50,5%, respectivamente.

Em Campos, de acordo com a subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde, foram vacinadas 8.188 pessoas. Destas, 8.039 são profissionais de Saúde, inclusive os que estavam afastados das atividades por decreto e os portadores de doenças crônicas; 136 são idosos institucionalizados e 13, pessoas com deficiências que também vivem em instituições do município. Não foi especificado quantos deles receberam a CoronaVac e a AstraZeneca/Oxford. Na lista oficial de vacinados, foram divulgados, até o início da noite dessa terça-feira, 4,3 mil nomes.

A aplicação da segunda dose da vacina começa nesta quarta-feira (10) e se estende até sexta (12). Esta etapa é destinada aos profissionais da Saúde que receberam o imunizante, entre os dias 20 e 22 de janeiro, nos hospitais Geral de Guarus (HGG), Centro de Controle e Combate ao Coronavírus (CCCC) e Doutor Beda. A vacinação acontecerá das 9h às 15h, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) do Parque Rodoviário e do Centro de Saúde de Guarus, no Jardim Carioca, próximo ao Exército, e na sala da direção da Faculdade de Medicina de Campos (FMC).

Quanto à lista dos vacinados em Campos, a Prefeitura informou que está “sendo atualizada diariamente” e pode ser encontrada no portal oficial. “A atualização ainda não está sendo realizada em tempo real, uma vez que há obrigatoriedade de informar ao Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) do Ministério da Saúde”, explicou o poder público.

Ainda segundo a subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde, a campanha segue atendendo o grupo prioritário da Primeira Fase do Plano Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, “que são profissionais de saúde da linha de frente de combate à doença, idosos asilados e deficientes institucionalizados”. “Vale ressaltar que o município não está divulgando calendário antes da chegada da vacina para não criar expectativa na população. Estamos aguardando o envio de novas doses da vacina para ampliar o calendário”, finalizou o órgão.

Em São João da Barra, a Prefeitura havia imunizado, até o início desta semana, 874 pessoas contra a Covid-19, sendo 753 profissionais de saúde, 68 idosos institucionalizados e 53 do Programa de Atenção Domiciliar (PAD). O município recebeu 1.900 doses, sendo 1.500 da CoronaVac e 400 da AstraZeneca, e aguarda a chegada de novos lotes. Também na cidade, teve início a fase de imunização a domicílio em idosos acamados e também para os que têm acima de 90 anos. Entre os que receberam a primeira dose, estão José Cardoso, o “Zezinho”, de 100 anos, e Maria Campos, de 119 anos.

Maurina Silva, de 106 anos, foi a primeira idosa a receber a vacina da Covid-19 em Conceição de Macabu, na última segunda-feira Profissionais da saúde estiveram na casa da idosa, no bairro da Rhódia. A secretária de Saúde do município, Raquel Moreno, acompanhou a vacinação ao lado do prefeito, Valmir Lessa. Ela declarou que abrirá novos grupos de acordo com a chegada de novas doses da vacina. Na cidade, apenas profissionais da saúde e pessoas com idade acima dos 90 anos podem receber o imunizante.

Vacinação suspensa — Em Niterói e em São Gonçalo, foi suspensa a campanha de vacinação contra o coronavírus. As prefeituras informaram que aguardam a chegada de novas remessas do Ministério da Saúde para retomar a imunização. Ainda não há previsão de entrega. Niterói havia iniciado, na segunda, a aplicação da vacina em idosos de 88 anos. Em São Gonçalo, a primeira fase, que pretendia vacinar pessoas com 90 anos, foi paralisada. A Prefeitura de Campos assegurou que não existe risco de suspensão da campanha na cidade.

Em novo decreto publicado nessa terça-feira, a Prefeitura de Campos manteve a fase amarela, de atenção máxima, no plano de retomadas das atividades econômicas e sociais e apresentou novas flexibilizações. De acordo com a publicação, fica liberada a entrada de crianças e idosos em shoppings e outras atividades comerciais, respeitando o distanciamento e uso de medidas de higiene. O decreto fala também que bares, restaurantes e congêneres podem funcionar até meia-noite, incluindo música ao vivo com até dois componentes e desde que obedecido o critério de horário de fechamento. O novo decreto vale até o dia 15 de fevereiro.

Ainda segundo o decreto, fica mantida a redução em 30% da capacidade de circulação de pessoas em ônibus, vans e outros meios de transporte coletivo. Táxi e carros de aplicativo devem circular com os vidros abertos. O mesmo percentual de redução é válido para atendimento em bancos, lotéricas, correios e congêneres, cabendo à gerência a responsabilidade de organizar as filas externas e evitar aglomerações.
O decreto mantém a suspensão de atividades de teatros, cinemas e congêneres, bem como as aulas dos estabelecimentos públicos, privados e congêneres, além de festas, shows com música ao vivo, bandas e similares. O retorno dessas atividades deverá ser por meio de estudo de impacto e decreto específico.

Quanto aos servidores do município, fica mantida a flexibilização temporária da atividade de trabalho presencial na administração direta ou indireta, podendo cada órgão adotar o regime home Office e fazer escala de atendimento presencial para evitarem aglomerações.

Profissionais da Educação e pais de alunos da rede particular de Campos fizeram um ato, na manhã dessa terça-feira, para reivindicar a vacinação contra a Covid-19 para professores e o retorno das aulas por meio do ensino híbrido. Os manifestantes se reuniram em frente à Prefeitura.

A coordenadora escolar Liliana Castro Barreto falou que o objetivo da manifestação foi “mostrar que Educação também é prioridade” e acrescentou que defende o ensino híbrido: “Queremos também que seja liberado o ensino híbrido, que os pais tenham a opção de enviar seus filhos para a escola ou não. E até nisso estamos sendo prejudicados, pois eles não querem liberar. Por enquanto, só foi liberado o Estado”.

Em nota, a Prefeitura de Campos informou que o secretário de Educação, Ciência e Tecnologia, Marcelo Feres, levará um protocolo de intenções das escolas particulares de Campos ao Ministério Público Estadual nos próximos dias. O documento apresentará uma proposta de cronograma e um plano de ações para o retorno das aulas em sistema híbrido na rede particular.

Em entrevista ao Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3, o vereador Maicon Cruz (PSC), presidente da comissão de Educação da Câmara de Campos, falou sobre o panorama da retomada das aulas. Ele afirmou ter críticas ao retorno na rede pública municipal. “Acho que nossa rede municipal não está preparada para a retomada de maneira presencial e, talvez, nem híbrida. Temos escolas sucateadas. Além do problema estrutural, temos déficit enorme de professores na rede porque a gestão passada suspendeu, de maneira arbitrária, contratos com mais de 800 profissionais e não deu o suporte necessário. Vamos cobrar e buscar para que as coisas aconteçam da forma certa. Ainda não temos previsão para o retorno das aulas de maneira híbrida e, tampouco, presencial”, declarou.

Quanto à rede particular, o vereador destacou que há outro olhar: “Muitas escolas investiram no plano de retomada do ensino híbrido para poder se adequar. Além do investimento, essas escolas também geram emprego, renda para a nossa população. Como as escolas estão passando por dificuldades financeiras, muitas vão ter que demitir seus profissionais. E eles vão arrumar emprego onde? A gente tem que ter esse olhar atento. Os pais não fazem matrículas dos filhos nas escolas particulares e procuram escolas públicas porque não há previsão para o retorno das aulas presenciais. A gente precisa resolver esses conflitos através do diálogo”.