Bandeira de Mello fala sobre gestão no Flamengo e desafios do futebol brasileiro
Maria Laura Gomes - Atualizado em 31/01/2025 18:52
Divulgação

Nesta sexta-feira (31), o ex-presidente do Clube de Regatas do Flamengo e atual deputado federal, Eduardo Carvalho Bandeira de Mello, participou do programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3. Durante a entrevista, o dirigente esportivo falou sobre sua passagem pela presidência do clube carioca, os desafios enfrentados e a importância da profissionalização na gestão do futebol. Além disso, abordou temas como o trabalho de base nas equipes brasileiras e a gestão dos clubes frente aos desafios econômicos e sociais.

Em um dos momentos mais marcantes da conversa, Bandeira de Mello relembrou a difícil situação financeira do Flamengo quando assumiu a presidência, em 2013. “O financeiro do Flamengo em 2013 era uma situação extremamente confortável, mas se você não tiver profissionalismo e responsabilidade, isso pode se perder de uma hora para outra. A situação financeira do Flamengo ainda é confortável, os balanços mostram que o clube fatura mais de um bilhão por ano e o endividamento foi reduzido substancialmente na nossa gestão”, destacou. Para o ex-presidente, tudo isso só foi possível devido a uma administração “profissional e responsável”. Ele ressaltou que, com um clube dessa magnitude, não há espaço para amadorismo.

Bandeira de Mello também alertou sobre a necessidade de manter o foco na boa gestão, para não colocar em risco o que foi conquistado. “Você tem que cultivar o incêndio e dar o exemplo, para que de uma hora para outra a gente não perca tudo o que conquistamos. Se a administração não voltar a ser profissional, todo o esforço de saneamento pode ser jogado por água abaixo”, afirmou.
Reprodução


Outro tema discutido foi o trabalho de base no Flamengo e em outros grandes clubes brasileiros. Bandeira de Mello ressaltou que o Flamengo perdeu o status de ter o melhor trabalho de base do Brasil, que teve seu auge na década de 80, quando conquistou o Mundial com um time formado majoritariamente por atletas da base. “Quando chegamos no Flamengo, em 2013, o trabalho de base deixava muito a desejar. Investimos pesado na estrutura e conseguimos melhorar, mas isso é um trabalho de longo prazo. Não adianta investir hoje e achar que vai colher os resultados em um ou dois anos”, explicou.

Ele ainda destacou a importância da transparência nas gestões de clubes e a necessidade de evitar a influência de empresários no futebol. “Se você tem transparência, se as contas estão abertas para auditoria, isso minimiza muitos problemas. E o trabalho de base deve ser altamente profissional, com o melhor planejamento possível, como fizemos no Flamengo”, afirmou.

Por fim, o ex-presidente abordou também um problema que afeta não apenas o futebol, mas a sociedade em geral: a violência. “O futebol não é imune à violência. Infelizmente, ela sempre esteve presente em locais como o Rio de Janeiro. Quando saímos do Maracanã, sempre tomávamos cuidado, e é uma preocupação constante”, disse, referindo-se aos incidentes no Rio, como o ocorrido recentemente no estádio de São Januário.

Com um olhar crítico sobre os rumos da administração esportiva no Brasil, Eduardo Bandeira de Mello enfatizou a importância de processos bem definidos e metas claras, longe de qualquer tipo de arrogância. “A arrogância é inimiga de tudo. Você pode até ter resultados imediatos com ela, mas no longo prazo, o fracasso é certo”, concluiu.

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