A Prefeitura deve quitar as dívidas de Ao Livro Verde?
Saulo Pessanha 19/08/2023 07:43 - Atualizado em 21/08/2023 06:35
Ao Livro Verde é um patrimônio histórico nacional. O seu possível fechamento representa perda de referência cultural para Campos.
Daí que há de se louvar a campanha “SOS Ao Livro Verde”, que envolve a sociedade civil no projeto de salvamento da livraria.
E certamente passa pela sociedade civil o caminho para se buscar soluções.
É que questiona-se se é a “viúva”, ou seja, a Prefeitura, que resolverá a situação via injeção financeira para que as dívidas da livraria sejam quitadas.
Quando se coloca a Prefeitura como possível fonte para um apoio financeiro —hipótese que não foi desfraldada pela "SOS Ao Livro Verde" — não é possível ignorar que a livraria é uma empresa particular.
Ao Livro Verde visa lucros e suas contas, em atraso, não devem, portanto, serem pagas com dinheiro público.
A Prefeitura pode, sim, buscar caminhos que impeçam o fechamento.
ABRA OS COFRES
O que não é certo, no acolhimento de determinadas propostas, é o governo Wladimir Garotinho tirar dinheiro do cofre para que a loja mantenha-se aberta.
Ao se posicionar, a Prefeitura, por sinal, já esclareceu que não há meios legais que permitam o apoio financeiro a uma empresa privada que tenha declarado autofalência.
Mas há setores, envolvendo inclusive vereadores, pregando ajuda da “viúva”.
LYRA DE APPOLO FECHADA
Vale lembrar que outro patrimônio cultural da cidade, com 153 anos de vida, e sem fins lucrativos, está fechado.
Trata-se da Lyra de Appolo, histórica corporação musical que teve o seu prédio danificado por um incêndio.
Desde o incêndio, em uma manhã de domingo em 1990, governos se sucederam administrando os bilionários recursos dos royalties. E nenhum bancou a recuperação da sede da Lyra.
MONITOR CAMPISTA FECHOU

Registre-se, também, que o jornal Monitor Campista, de 175 anos, um dos mais antigos do país, fechou porque, no governo Rosinha, foi descartado como órgão oficial do município.
As publicações da Prefeitura, no tocante a editais, e toda a série gerida pela administração municipal, passaram a ser veiculadas em um impresso, rodado em gráfica do Rio.
Sem a receita da Prefeitura, o Monitor perdeu fôlego financeiro. E fechou.

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