Uma troca de farpas e ofensas generalizada nas redes sociais entre o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PSD), a deputada federal Clarissa Garotinho (Pros) e o ex-governador Anthony Garotinho tem as eleições ao Governo do Estado como plano de fundo e ainda pode respingar no prefeito de Campos Wladimir Garotinho (PSD) e na recente disputa pela presidência da Câmara de Vereadores.
Eduardo Paes postou no Twitter sobre a crise no sistema de ônibus do BRT no Rio, sob intervenção municipal. Clarissa, por sua vez, respondeu que o “projeto do BRT já nasceu todo errado”. Na sequência, Paes subiu o tom sobre a família Garotinho: “Falou a filha do Garotinho e da Rosinha sobre nascer toda errada”.
A partir daí, a discussão teve “filha de presidiário” de um lado, “estúpido” do outro e o prefeito ainda chamou que a família Garotinho de bolsonarista e de ter ligação com o ex-deputado Eduardo Cunha, condenado na Lava Jato. Já a parlamentar chamou o rival de “Nervosinho”, nome pelo qual ele é identificado nas planilhas da Odebrecht.
Na última semana, durante auge da crise no Legislativo goitacá – com a eleição do líder da oposição Marquinho Bacellar (SD) para a presidência e posterior anulação do resultado pelo atual comandante Fábio Ribeiro (PSD) –, Wladimir foi à capital se encontrar com Paes. Os dois são do mesmo partido e, segundo o blog da jornalista Berenice Seara, no Extra, o assunto foi a disputa ao Palácio Guanabara. O prefeito campista já declarou apoio à reeleição do atual governador Cláudio Castro (PL), enquanto Paes costura uma aliança entre o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT) e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Felipe Santa Cruz (PSD).
Mesmo sem se manifestar após o entreveiro entre a irmã e o colega de partido, a confusão parece ter diminuído as chances de uma aliança parecem ter diminuído. Ainda mais depois das declarações de Anthony Garotinho. “Soube que o canalha andou me atacando em um debate com minha filha pelo Twitter. Gostaria de lembrar ao Duda que não fui alvo de nenhum inquérito da Lava-Jato RJ. Fui, sim, o autor da notícia crime de 2012, que deu origem a investigação, ele era um dos chefes”.
Ainda que Wladimir tenha, um dia depois da eleição na Câmara, desmentido o risco de rompimento com Cláudio Castro, não é de hoje que a família mostra descontentamento com o governador. Anthony Garotinho já verbalizou sua insatisfação e deixou no ar a possibilidade de não apoiar Castro. O motivo principal é a aliança do governador com o secretário estadual de Governo Rodrigo Bacellar (SD). Ele é rival da família Garotinho em Campos e pivô das negociações para levar a oposição ao comando da Câmara Municipal com o seu irmão, o vereador Marquinho Bacellar (SD).
