A força e a representatividade das mulheres de Campos estão retratadas no livro “Aventuras femininas na planície goitacá”. Escrita e publicada de forma independente pela jovem pesquisadora Ana Souza, de apenas 16 anos, a obra aborda a importância de personagens como as heroínas campistas Benta Pereira e Mariana Barreto; a “Rainha da Bondade”, Finazinha Queiroz; a dançarina Mercedes Baptista, primeira bailarina negra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, entre outras. O lançamento está marcado para o próximo sábado (12), às 17h, no Museu Histórico. Nesta terça-feira (8), será celebrado o Dia Internacional da Mulher.

Estudante do terceiro ano do ensino médio na Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), em Campos, Ana Luísa Pessanha de Souza passou a ter interesse pela cultura local após uma viagem a Vassouras, no Centro-Sul Fluminense. Interessou-se especialmente pelo protagonismo feminino,

— Na viagem, conheci a história de Vassouras, como a cidade era bem preservada e como as pessoas a amam. Por isso, quando cheguei a Campos, percebi o quanto esse traço era um diferencial e a diferença que pode fazer em amplos setores da sociedade. Ao começar a pesquisa, descobri o quanto a história de Campos é rica e, principalmente, recheada de representatividade feminina. Me apaixonei totalmente pelo tema, e hoje espero conseguir impactar muitas pessoas através dessa minha paixão — afirma Ana Souza.

No livro, um romance histórico, a personagem principal é a única totalmente fictícia. Nascida em 1730 e abandonada em um lar para meninas na antiga Vila de São Salvador, Maria sempre teve como características sua inteligência, resiliência e a capacidade de observação. Adotada por uma poderosa e destemida mulher, aos 14 anos, ela é ensinada a ter perseverança e a lutar pelo que acredita. Então, em contato com outras mulheres de igual valor, Maria passa a exercer protagonismo na evolução de Campos até os dias atuais.

— O livro conta a história de Campos de maneira comovente, intrigante e divertida. Majoritariamente, as personagens são reais, conhecidas. Porém, também há representações fiéis de mulheres que participaram intensivamente da história, mas que não entraram nela (no modo como é contada), como por exemplo aquelas que foram submetidas à escravidão — ressalta a autora, que assina o seu primeiro livro solo, mas já tem textos presentes em antologias.

Também fazem parte da lista de personagens a assistente social Bluma Brand, conhecida por sua atuação na Legião Brasileira de Assistência (LBA); a doceira Nilze Teixeira, feitora de um famoso chuvisco que teria sido experimentado inclusive pelos ex-presidentes Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, durante visitas a Campos; e a cantora, jornalista e poetisa Jesy Barbosa.

— As figuras delas com certeza me representam a força e resistência de deixar o seu legado na história com tanto esforço e afinco — enfatiza a jovem Ana Souza.

A obra “Aventuras femininas na planície goitacá” está em fase de pré-venda, a R$ 35. Interessados podem comprá-la em contato com a autora pelo seu perfil de Instagram, @anasouzaescritora. Na mesma rede social, Ana também apresenta informações referentes a mulheres de destaque na história do Brasil, como a primeira médica, a gaúcha Rita Lobato Velho Lopes, e aborda temas relevantes para a sociedade, como a história do voto feminino e a importância da universalização do acesso a absorventes.