— Comecei a escrever este livro em 2010, por causa de um sonho que tive. Acontece que 2010 foi o ano em que meu pai se mudou para Rio das Ostras e também o ano em que conheci a cidade. Meu imaginário, minha vontade de viver lá era tão grande que acabou fazendo com que eu trouxesse guerreiros lendários de uma antiga religião para uma vida rotineira e simples na Região dos Lagos — conta Arual Ortiz, de 23 anos, natural de Vitória e residente em Campos desde 2003. — Há passagens do livro que ocorrem em Unamar (Cabo Frio) e Búzios. Mas, o verdadeiro amor de Aldon é Rio das Ostras, pela capacidade que a cidade teve de oferecer a ele uma vida comum, um emprego simples e uma casa na beira da praia — explica a autora.
Contendo 506 páginas, o livro tem dois narradores, que apresentam situações completamente distintas. A primeira, situada na Região dos Lagos, é narrada pelo personagem central, que se refugiou em Rio das Ostras após o seu irmão mais velho, Dortus, ter devastado a aldeia onde ele morava em Dorhor. Já a segunda é contada pela personagem Mosa, diretamente da dimensão pertencida por Aldon, em que este perdeu a sua família durante a guerra liderada pelo irmão. É nesse lugar que todos os segredos do passado começam a ser revelados, inclusive os referentes a Aldon.
— É o meu primeiro livro. Demorei 10 anos escrevendo e depois mais um ano inteiro tentando publicar. “Dorhor” tem uma série de irmãos planejados (e meio escritos), que contarão a história antes, depois e paralelamente ao primeiro livro. Foi bastante difícil insistir no meu sonho de escrever um livro quando ninguém acreditava em mim. Acabei levando mais tempo do que gostaria — comenta a autora.
Formada em Letras pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), Arual Ortiz é fã de escritores como Lúcio Cardoso, João Cabral de Melo Neto e Eduardo Spohr. Sua produção possui traços sombrios, mas alguns também divertidos. Afinal, ela tem como principal intenção despertar os sentimentos através dos seus textos, sejam eles luminosos ou obscuros.
A trajetória da construção de “Dorhor” criou expectativa em amigos e admiradores da autora.
— Tem muita gente aguardando os livros físicos para começar a ler. “Dorhor” é relativamente novo no mercado, mas estou realmente otimista, visto que finalmente posso entregar às pessoas os anos de muita dedicação, trabalho árduo e empenho. Esse sempre foi o meu grande sonho: colocar essa história no mundo e entregá-la às pessoas, para que possam se divertir, rir e chorar. E isso finalmente está acontecendo. Inclusive, a editora fez uma brincadeira com uma fala minha quando a pré-venda começou: “O mundo pode não estar preparado para ‘Dorhor’, mas ‘Dorhor’ está preparado para o mundo” — enfatiza a jovem escritora.
A versão física pode ser adquirida a R$ 67 pelo site da Flyve (www.editoraflyve.com/product-page/dorhor), e o e-book está disponível gratuitamente no portal da Amazon para assinantes do Kindle Unlimited.