Matheus Berriel
08/02/2022 15:40 - Atualizado em 10/02/2022 13:51
Desde o último dia 27, Campos e o Norte Fluminense contam com uma representante na mesa diretora do Conselho Estadual de Política Cultural do Rio de Janeiro — algo inédito. Carioca, mas residente e atuante na planície goitacá, a atriz e contadora de histórias Iara Souza Lima foi eleita vice-presidente, em chapa que também conta com o presidente Wiliam César Pires de Oliveira, de Angra dos Reis, representando a região Costa Verde. O mandato é válido para 2022, voltando a ser de representantes do Governo do Estado no próximo ano.
— Eu acho que é um momento muito importante. O Conselho Estadual de Política Cultural do Rio está se estruturando. Dentro da história, é a primeira vez que temos na mesa diretora duas pessoas do interior do estado. Acho importante essa questão de o estado todo estar unido numa só frente pela cultura. Eu almejo que a cultura do interior seja vista, seja valorizada, que as comunicações sejam mais diretas e não com tanta interferência. O estado é grande, e nós temos bastante peculiaridades em cada região. O Norte Fluminense é diferente da Costa Verde, que é diferente da Baixada Litorânea, que é diferente da Baixada Fluminense. Então, esse canal de comunicação precisa ser fortalecido. As informações precisam chegar para todos, e todos devem ter o direito de sugerir e lembrar o governo das demandas — afirma Iara Souza Lima.
Segunda secretária do Fórum Regional de Cultura do Norte Fluminense, formado em 2020, Iara enxerga no conselho estadual o dever de atuar como um canal de comunicação entre o setor artístico-cultural e o Governo do Estado.
— Eu penso que estar no conselho é uma forma de ajudar. Eu estou neste momento, mas outras pessoas podem vir a estar também neste lugar, auxiliando, fortalecendo. Acredito sempre que a cultura é o caminho para sensibilizar e tornar o ser humano cada vez melhor — diz a vice-presidente do conselho. — Como contadora de histórias há mais de 24 anos, artista há mais de 30 anos, trabalhando com o teatro, eu sei como são as dificuldades do artista para trabalhar, ver os seus sonhos no palco ou num espaço público. Não é fácil. É difícil levantar o trabalho, e é esse o olhar que temos que levar para a secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro. Que história vamos contar para o futuro? É importante o que nós estamos fazendo agora. Além de ser da cultura, eu também consumo a cultura, gosto de estar prestigiando — complementa ela, que coordenada o Grupo Faz de Conta, voltado à contação de histórias.
A vitória da chapa que tem como vice-presidente a campista foi festejada pela presidente do Fórum Regional de Cultura do Norte Fluminense, Kátia Macabu, que ocupa atualmente a diretoria executiva de Artes e Culturas da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, vinculada à Prefeitura de Campos.
— O Fórum Regional de Cultura do Norte Fluminense tem orgulho por compartilhar uma artista de nossa terra com todo o estado, especialmente com os municípios do interior — destaca Kátia.
Enquanto Iara é oriunda do teatro e do mundo das histórias, o novo presidente do conselho estadual possui atuação no meio carnavalesco.
— Pela primeira vez, alguém ligado ao Carnaval ao mundo do samba assume a presidência deste estimado conselho. Precisamos, mais do que nunca, promover a união entre o poder público e a sociedade civil, para construir um plano que possa atender a todas as pessoas nesse momento de pandemia. Nossa intenção é alcançar a ponta, os trabalhadores essenciais, e chegar também cada vez mais ao interior do estado, levando ações que beneficiem a população. Juntos, vamos conseguir fazer a diferença — enfatiza William Cesar.
Instituído através da lei nº 7035, de 7 de julho de 2015, o Conselho Estadual de Política Cultural é um órgão paritário e deliberativo, responsável por planejar e fiscalizar as políticas culturais fluminenses. Ele integra o Sistema Estadual de Cultura e é vinculado à secretaria estadual de Cultura e Economia do Rio de Janeiro, tendo como principal função atuar junto a esta na elaboração de pautas, criação de editais e demais atividades correlatas. Sua formação conta com 16 membros da sociedade civil e 16 representantes do poder público, havendo garantia de revezamento na presidência entre as partes.