Noroeste tem mais de 3,3 mil pessoas afetadas pelas cheias dos rios
11/01/2022 00:08 - Atualizado em 11/01/2022 00:12
Cheia do rio do Muriaé em Itaperuna
Cheia do rio do Muriaé em Itaperuna / Divulgação
Mais de 3,3 mil pessoas foram afetadas pelas cheias dos rios Muriaé, Pomba, Itabapoana e Paraíba do Sul no Noroeste Fluminense até a noite desta segunda-feira (10). Maior cidade da região, Itaperuna também concentra a maior quantidade de afetados pela inundação. No município, o nível do rio Muriaé chegou 5,40m na medição realizada pelo Serviço Geológico do Brasil (CRPM) às 22h15. A cota de transbordo é de 4m e a tendência é de estabilidade durante a madrugada, se não houver novas chuvas. Ao todo, 2.194 moradores foram afetados, com pelo menos 16 desabrigados e 198 desalojados, segundo a prefeitura.
A boa notícia para Itaperuna é de que o nível do rio começou a baixar na região da cabeceira, em Minas Gerais, mas ainda há bastante água para descer.
Para acompanhar e atender as demandas de Itaperuna, a Defesa Civil montou uma equipe do Gabinete de Crise, no bairro Aeroporto, e mantém plantão durante 24 horas por dia. A força tarefa entre as secretarias de Defesa Civil, Saúde, Obras, Assistência Social, Educação, Agricultura e Meio Ambiente, deu início na madrugada de domingo. Já nas primeiras horas da manhã, as equipe da Obras estavam retirando lamas e entulhos de alguns trechos, além de colaborar com moradores que necessitavam de fazer mudança ou levantar seus móveis. Até o momento, 47 casas foram vistoriadas.
O atendimento no Pronto Socorro de Urgência (PU) também precisou ser transferido para o prédio da antiga Maternidade Santa Terezinha, onde funcionou o Hospital da Covid, no Centro. Segundo o prefeito Alfredo Paulo Marques, a equipe está unida e se esforçando para atender todas as demandas. Para entrar em contato com a Defesa Civil de Itaperuna, basta enviar uma mensagem para o WhatsApp (22)3824-6334.
Laje do Muriaé é a primeira cidade do Rio de Janeiro a receber o rio. Por lá, de acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o nível estava em 6,53m às 22h45, com tendência de estabilidade. A cota de transbordo é de 5,15m. Várias ruas foram atingidas na região central.
Cheia do rio Muriaé em Italva
Cheia do rio Muriaé em Italva / Divulgação
Em Italva, segundo a prefeitura, o rio Muriaé chegou aos 4,97m às 20h, com 77cm acima do limite de transbordamento, que é de 4,20m. A Defesa Civil contabiliza 930 pessoas afetadas, com oito desabrigados e 49 desalojados.
Os pontos mais afetados foram nas localidades de São Pedro Paraíso, estrada da Florida/Surubi, bairro Saldanha da Gama, Morro Grande, Boa Vista e Parque Industrial. A Prefeitura também instaurou um Gabinete de Crise para promover ações necessárias no atendimento à população. A prefeitura destaca que em caso de emergência, a Defesa Civil de Italva disponibilizou os números 199 ou (22) 998558281 ou (22) 999302199.
A situação também é de emergência em Cardoso Moreira, onde a cota de transbordo é de 7,50m. No entanto, às 22h45, segundo o Serviço Geológico do Brasil, o rio Muriaé atingiu a marca de 8,55m e segue com tendência de alta.
Itabapoana
De acordo com a Prefeitura de Bom Jesus do Itabapoana, o rio Itabapoana já deixou 22 famílias desabrigadas e outras 26 precisaram deixar suas casas. A medição feita pelo Inea às 22h45, a água atingiu os 5,20m, sendo que o transbordamento acontece a partir dos 3,25m.
Carangola
Rio Carangola em Natividade
Rio Carangola em Natividade / Divulgação
Outro rio que nasce na Zona da Mata de Minas Gerais e afeta diretamente a região é o Carangola. Em Porciúncula, o nível chegou aos 6,98m durante a última madrugada, mas baixou para 6,14m às 22h45, segundo o CRPM. A água está ainda 1,54m acima do normal e a perspectiva é de que a vazão diminua nas próximas horas. Ao todo, 165 pessoas estão desabrigadas e 58 famílias estão desalojadas.
Na cidade vizinha de Natividade, a prefeitura divulgou às 22h que o rio estava em 5,50m. A cota de transbordo é de 5,20m e a tendência é também de redução.
Pomba
O rio Pomba também segue com diminuição do nível em Minas Gerais, mas ainda há tendência de alta no Noroeste Fluminense. Em Santo Antônio de Pádua, de acordo com o Serviço Geológico do Brasil, o nível atingiu os 4,09m na medição das 23h45. O transbordamento aconteceu nos 3,10m, na manhã do domingo (9), e, desde então, não houve qualquer redução.
Também há preocupação com a cheia do Pomba em Aperibé e na zona rural de Cambuci. Nos distritos cambucienses de Frecheiras e Funil, o nível de transbordo é de 3,20m e a Prefeitura informou no meio da tarde que a água estava em 4,27m
Paraíba do Sul
Em Itaocara, a alta vazão do rio Paraíba do Sul na represa de Ilha dos Pombos tem preocupado a população. Na manhã desta segunda, o nível bateu os 5,20m no distrito de Portela e invadiu várias ruas.

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