A solidariedade vai fazer com que 10 adolescentes de Campos possam disputar no próximo domingo (30) o AJP Tour Guarapari International Pro, no Espírito Santo. Por meio de rifa vendida pelos atletas em sinal de trânsito da BR 101, no Parque Novo Mundo, em Guarus, e vários tipos de doações, os adolescentes, de 10 a 17 anos, conseguiram o dinheiro necessário para custear a participação no evento. O projeto Caneca Jiu-Jitsu, sediado no Parque São Silvestre, será representado por 15 competidores (os outros cinco já tinham condições de arcar com as despesas).
Após ser comunicado pelo coordenador do projeto, professor Maycon Caneca, sobre a impossibilidade de participar do evento, o grupo de atletas (a maior parte residente na Terra Prometida) resolveu angariar recursos por conta própria. A iniciativa sensibilizou quem passava pela BR 101, que colaborou com diferentes valores, além de outras pessoas que tomaram conhecimento da história após matéria da Folha e/ou publicações nas redes sociais.
— Ainda estamos esperando algumas doações prometidas até o fim de semana, mas vamos conseguir participar. São R$ 1.600 para participação dos 10 atletas que fizeram essa mobilização. Também conseguimos R$ 1.500 para a van, R$ 450 para a hospedagem em uma casa, e fizemos compra para alimentação lá. No domingo, dia do evento, a gente acaba comendo na rua, então também tem um gasto com quentinhas. Calculamos gasto total de uns R$ 4.270.Muita gente nos procurou e ajudou. Se sobrar dinheiro, vamos comprar sacolões ou guardar dinheiro para o próximo campeonato — afirma o professor.
Comentários em publicação no Instagram referente à falta de apoio a jovens atletas por parte do poder público motivou um debate envolvendo o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho.
— Infelizmente, o prefeito Wladimir e a Fundação Municipal de Esportes deram as costas para nós. Perdi a esperança de conseguir ajuda dessas instituições. Deus no controle, vai dar certo — escreveu o coordenador do Projeto Caneca Jiu-Jitsu.
— Isso não é verdade. Eu já ajudei a reformar o seu CT e ainda te colocamos no projeto “Esporte Vida”, como professor, para ajudar na sua luta diária — respondeu Wladimir em um dos comentários, alegando que Maycon Caneca teria perdido a função no projeto devido a descumprimento de carga horária. — Seu trabalho com as crianças é muito bacana e importante, continue. Mas, pare de usá-las como moeda de barganha — continuou o prefeito.
Caneca alega ter pedido para sair do projeto por impossibilidade de dar aulas na carga horária estipulada e por entender que o “Esporte é Vida” não beneficiaria crianças do Parque São Silvestre.