Após ausência no calendário do ano passado, o Museu Histórico de Campos voltará a sediar nesta semana a Semana da Visibilidade Trans, que chega à sua terceira edição no município. De quinta-feira (27) a sábado (29), quando será celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Transexual e Travesti, vão acontecer debates referentes à luta trans, além de apresentações musicais. Nos três dias, a programação terá início às 19h, com entrada gratuita. Organizado pelo Coletivo Trans Goytacá, o evento tem apoio da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima.

— No país que segue sendo o que mais mata pessoas trans no mundo, se faz urgente a modificação das estruturas, tornando possível o acesso a direitos básicos como nome, moradia, saúde e trabalho — afirma o advogado antiproibicionista Rudá Ramos, um dos palestrantes convidados. — A realização de mais uma edição da Semana da Visibilidade Trans em nossa cidade é fundamental não apenas para o reconhecimento da dignidade da população trans que aqui reside, mas também para demarcar nossa existência, luta e resistência — complementa.

Integrante do Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (Fonatrans), Rudá fará parte da mesa “Transgeneridade e questões raciais”, marcada para a noite de sexta-feira (28). Nela, também estarão presentes a pedagoga Erickah Gomez e o professor, escritor e cantor Karolyna Alves/OT, que se apresentará em seguida.

Um dia antes, na quinta-feira, haverá o debate “Pessoas trans na política: Muito além da representatividade”, com a ativista transgênero Indianarae Siqueira, coordenadora da CasaNem, de acolhimento a pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade social; o estudante de engenharia civil João Thiago e a promotora de eventos Chana Carla. A apresentação musical ficará por conta de Ayô Assis, natural de Jacareí/SP e que vive em Campos há 15 anos.

No sábado, os estudantes universitários Ellen Pires, do Coletivo Trans Coitacá, e João Cortês, do grupo AcolheTrans, e o presidente da Liga Trans Masculina João W. Nery, Gab Van, falarão sobre o “Mercado de trabalho e pessoas trans: Inclusão para quem?”. Caberá ao macaense Kefilwe e a Marcelo Vicente, de Campos, fechar a programação do musical do evento.

A primeira Semana da Visibilidade Trans de Campos aconteceu de 29 a 31 de janeiro de 2019, com palestras, mesa redonda e debates idealizados pelo Coletivo Trans Goytacá, que reúne membros da planície goitacá e de cidades vizinhas como São João da Barra e São Fidélis. A segunda edição foi realizada nas mesmas datas em 2020, abordando os temas “Porque somos somente 0,1% nas universidades federais?”; “Não somos doença: O SUS e o atendimento às pessoas trans” e “Estratégias de sobrevivência nos dias atuais”.