Tradicional Cavalhada não aconteceu em 2020 por conta da pandemia
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Fotos: Divulgação/Diocese de Campos
distrito de Santo Amaro, na Baixada Campista, já está no clima da festa do seu padroeiro. Terá início nesta quinta-feira (6) o novenário, com missa às 19h30, celebrada pelo padre Antônio Marcelo, da Paróquia São Gonçalo, de Goitacazes. Neste ano, a tradicional Cavalhada, folguedo de origem lusa que une fé e cultura, volta a acontecer após o cancelamento em 2021 por conta da pandemia da Covid-19. Segundo a Diocese de Campos, o espetáculo acontecerá com todos os cuidados sanitários. Também haverá programação no distrito de Grussaí, em São João da Barra, No dia 15, data dedicada ao padroeiro da Baixada, serão celebradas no distrito campista missas a partir da meia-noite, para acolher os peregrinos que percorrem o Caminho de Santo Amaro desde o centro de Campos. Com quase 40 quilômetros, tal caminhada é uma expressão de fé que reúne centenas de fiéis. O bispo titular da Diocese de Campos, Dom Roberto Francisco Ferrería Paz, destaca que a festa de Santo Amaro é a mais importante da Baixada Campista, considerada patrimônio cultural do estado do Rio de Janeiro. Segundo ele, o evento reaviva e celebra um significativo e inestimável legado espiritual, religioso e cultural. — Em primeiro lugar, nos ensina que a fé para o cristão é um caminho. Por isso, os cristãos da primeira geração eram conhecidos como “os do Caminho”, aqueles que seguiam uma pessoa que consideravam o Caminho. Santo Amaro evoca essa experiência pela longa travessia de Monte Cassino a Glandfeuil, onde tomou posse da Abadia. Esse empenho de fé e solidariedade o tornou um homem mediador de paz e reconciliação — afirma Dom Roberto Francisco. — Segundo a tradição de São Bento, a paz é um construto resultante e consequente da paz e harmonia com Deus, na filiação amorosa, da paz e do convívio fraterno com os irmãos, criando laços de comunhão e partilha; e finalmente de paz com as coisas, vivenciando a justiça e equidade, colocando os bens a serviço do bem comum — enfatiza o bispo. A devoção a Santo Amaro foi implantada na região pelos monges beneditinos, em 1648. Representando a luta entre mouros e cristãos, mas funcionando também como um símbolo da importância do diálogo inter-religioso e intercultural, a Cavalhada vem sendo planejada com afinco. Um ensaio dos cavaleiros no dia 12 de dezembro abriu a preparação para o evento, que está fortemente marcado nas famílias residentes em Santo Amaro. — Para mim, é um orgulho ter o meu filho Wanderson da Silva Costa, de 24 anos, no meu lugar. Deixo para o meu filho uma herança que recebi de meu pai, que correu por anos, e eu pude participar por mais de 30 anos. Alegria e muita emoção em poder ter a nossa Cavalhada — destaca o cavaleiro Joel Rita da Costa, um dos capitães do espetáculo, que não participará neste ano devido a um acidente que prejudicou os seus movimentos. Em Grussaí — Também começa nesta quinta o novenário em honra a Santo Amaro no distrito sanjoanense de Grussaí, sendo aberto com missa presidida pelo padre Gustavo Ribeiro dos Santos, da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, de Itaperuna. Até o dia 14, haverá missas diárias com diferentes sacerdotes. A programação terá o seu ponto alto no dia 15, a partir das 8h, com missas, passeio ciclístico e carreata.
