Em setembro de 2021, a inflação acumulada em 12 meses no Brasil ficou em 10,25%, atingindo dois dígitos pela primeira vez desde 2016, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A falta de ações do governo federal é apontada como o estopim por especialistas.
Em série de painéis da Folha da Manhã, ao longo do ano, a crise econômica esteve sob análise. O empresário e engenheiro João Amoedo chegou a dizer: “Nesse cenário de inflação, a gente teve o IPCA que foi o mais alto desde o Plano Real. Então, é um quadro dramático. E, infelizmente, o que está por trás disso é a falta de ação do governo. O resultado é que o Brasil, apesar de crescer, provavelmente vai crescer um pouquinho superior a 1%”, analisa, ao mesmo tempo que tece previsões. “Temos um cenário muito ruim para 2022, certamente também terá impacto no quadro eleitoral”.
O ex-prefeito e hoje vereador do Rio Cesar Maia deu seu diagnóstico como economista: “Com quase três anos de governo federal, o fracasso é total. Caberá ao próximo presidente recuperar a economia brasileira”.
Ao falar de lições econômicas, desde o Plano Real, em 1994, quando a inflação foi vencida, Luiz Carlos Bresser-Pereira, economista, professor e ex-ministro dos governos José Sarney e Fernando Henrique Cardoso, explica que a economia brasileira está quase estagnada há 40 anos. “Mas a crise econômica, a profunda crise política agravada pelo impeachment (de Dilma Rousseff, em 2016), a eleição de Bolsonaro e a adoção de políticas econômicas ainda mais liberais ou ortodoxas do que já eram, impediram que as empresas industriais voltassem a investir fortemente, como era necessário para que a quase estagnação fosse superada”, analisa Bresser.