A secretaria de Estado de Polícia Civil, por meio da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público deflagraram, nesta quinta-feira (16), a Operação Bergon, contra suspeitos de crimes de racismo e antissemitismo. Os agentes cumprem quatro mandados de prisão e 31 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Um homem foi preso em Campos, suspeito de integrar o grupo extremista.
As investigações duraram sete meses e começaram após comunicação feita à DCAV pela secretaria de Operações Integradas, por meio do Cyber Lab, e a Homeland Security Investigations (HSI) para apurar fatos e circunstâncias ligados a uma associação criminosa voltada à prática de atos violentos, de discriminação e preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional por meio de redes sociais. Em maio deste ano, um dos alvos foi identificado por utilizar um aplicativo para espalhar o ódio e atrair simpatizantes, principalmente com ameaças contra negros e judeus. Na ocasião, a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima representou pela decretação da prisão cautelar temporária de 30 dias e pela expedição do mandado de busca e apreensão e quebra do sigilo de dados.
A partir da análise do material periciado pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), da Polícia Civil do Rio de Janeiro, e pelo Ministério Público foi encontrado farto material de conteúdo racista contra negros e judeus, chamando a atenção os diálogos ameaçadores, cooptação de simpatizantes, treinamento e, principalmente disseminação de ódio.
Dos alvos da ação, 15 são do estado do Rio de Janeiro, nove em São Paulo, dois no Rio Grande do Sul, dois no Paraná, um em Minas Gerais, um no Rio Grande do Norte e um em Santa Catarina. O nome da operação faz alusão à freira francesa Denise Bergon, que usou seu convento para abrigar crianças judias entre alunos católicos durante a Segunda Guerra Mundial, evitando serem capturadas pelos nazistas.
O nome da operação faz referência à freira francesa Denise Bergon, que desafiou nazistas ao abrigar e salvar a vida de dezenas de crianças judias durante a Segunda Guerra.
Preso em Campos — Um homem de 20 anos foi preso na manhã desta quinta-feira, em uma travessa na rua João Maria, após as investigações do Ministério Público apontarem que ele fazia parte de um grupo que disseminava mensagens nazistas e antissemitas. Na casa do suspeito foram apreendidos computador, livro, bonés e uma espingarda de pressão, entre outros materiais. Ele foi levado para o 8º Batalhão da Polícia Militar (BPM), de onde será encaminhado para o Rio de Janeiro.