Diocese de Campos inaugura centro para atender moradores de rua
16/11/2021 20:17 - Atualizado em 16/11/2021 20:28
Espaço funciona à rua Antônio Felix Miranda, número 46, no Centro
Espaço funciona à rua Antônio Felix Miranda, número 46, no Centro / Divulgação
A Missão Bom Samaritano, da Diocese de Campos, iniciou no último domingo (14) as atividades no seu Centro de Promoção Humana, visando oferecer tratamento humanizado e dignidade a moradores em situação de rua. Situado à rua Antônio Felix Miranda, número 46, no Centro, o espaço foi inaugurado por ocasião do Dia Mundial dos Pobres, com encerramento da programação no Santuário Diocesano Eucarístico, onde o padre João Paulo Rodrigues, reitor do mesmo, celebrou uma missa.
Segundo a Diocese de Campos, a partir desta semana já serão oferecidos no local banho e corte de cabelo. Em breve, também haverá assistência psicológica e outros serviços médicos no espaço, além da proposta de sediar cursos profissionalizantes, inclusão digital, alfabetização de adultos, orientação jurídica e palestras temáticas. Antes da pandemia, a assistência a moradores em situação da rua era prestada nas dependências do Santuário Diocesano Eucarístico. Desde o ano passado, agentes da Missão Bom Samaritano passaram a servir quentinhas nas ruas da cidade. Além dos moradores em situação de rua, a missão também atende a famílias em vulnerabilidade social, com doações de cestas básicas.
— Em março do ano passado, fomos assolados com as incertezas e tragédias causadas pela pandemia, ficando acentuada a difícil situação dos pobres. Nos serviços de assistência, foram preparadas quentinhas para servir aos moradores em situação de rua, numa experiência vivificante de contribuir com um pouco que temos para amenizar a fome desses pobres — disse a fiel Fernanda, que faz parte da Missão Bom Samaritano.
Atuante na Pastoral de Rua e coordenadora da missão, Vera Lucia da Silva Dutra também comentou a importância do projeto.
— A Missão Bom Samaritano nasceu do coração de Deus, para que nós pudéssemos ter um lugar que devolvesse um pouco de dignidade aos nossos irmãos em situação de rua. Já trabalhávamos com eles em nossas pastorais de rua, com realização do Natal com eles. Era necessário um lugar com chuveiros e tudo o que fosse preciso, como roupas limpas, toalhas, kit de higiene pessoal e muito amor. Já se passaram três anos, e percebemos a necessidade de alargar os nossos trabalhos para que outras pessoas em vulnerabilidade pudessem ser acolhidas e atendidas. Temos serviço voluntário de psicólogas e assistente social — explicou Vera Lúcia.
Bispo titular da Diocese de Campos, Dom Roberto Francisco Ferrería Paz disse que a atitude cumpre uma das funções da Igreja: a de ser a "Casa dos pobres”.
— Não basta simplesmente oferecer coisas. Eles não são mendigos, são irmãos nossos. Também não basta só defender os seus direitos à dignidade, porque isso temos que fazer, é profético e é a função da igreja. Além disso, devemos nos tornar amigos deles, mostrar o quanto aprendemos com eles. Devemos ser como os pobres, ser uma Igreja dos pobres. Como disse o papa: não perguntemos quantos são, onde estão e quem são. Aos pobres, só se pode abraçá-los e conviver com eles — enfatizou.

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