Dora Paula Paes
28/10/2021 11:49 - Atualizado em 28/10/2021 15:45
As amostras recolhidas ao longo do local do derramamento de monoetilenoglicol no córrego da Pratinha, afluente do rio Muriaé, até o rio Paraíba do Sul, estão em análise desde a noite de quarta-feira (27), em labortário especializado na Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), em Campos. As autoridades aguardam os resultados para ciência do real grau de contaminação. Um caminhão com a carga tóxica tombou na madrugada da última terça-feira (26), na altura de Curva de Prata, na BR 356, próximo a Patrocínio do Norte (MG). Municípios das regiões Noroeste e Norte fluminense estão em alerta. O monoetilenoglicol é uma substância que pode provocar intoxicação com sintomas como insuficiência renal e problemas neurológicos.
Até ontem, quarta-feira (27), municípios como Itaperuna, Italva e Cardoso Moreira e Campos descartaram a contaminação da água. No momento, ainda aguardam novas informações. Porém, para o ambientalista Arthur Soffiati, o caso vai, de alguma forma, ainda não mensurada, afetar as comunidades no vale do rio Muriaé, que nasce em Minas Gerais e desemboca no Paraíba do Sul, já no âmbito da cidade de Campos.
Nesta quinta, a secretaria de Defesa Civil de Campos informou que está acompanhando a situação: "A pasta tem recebido informações dos órgãos ambientais, como o Inea, que são os responsáveis pelo monitoramento da situação".
A concessionária Águas do Paraíba informou que também segue em monitoramento, mas sem constatar nenhuma alteração entre essa quarta e quinta.
O Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais do Rio de Janeiro (Cameden-RJ) está em contato direto com os municípios banhandos pelo Muriaé e Paraíba do Sul.
O acidente matou o motorista do caminhão e deixou o ajudante ferido. Inicialmente, o caminhão tinha capacidade para transporte de 32.420kg do produto, mas ainda está em investigação a quantidade transportada e parte do produto foi recolhido pela empresa responsável. O caminhão tinha saído de Camaçari, na Bahia, e tinha como destino Macaé (RJ).
A Cedae informou que acompanha, desde terça-feira (26), o caso do acidente com caminhão próximo ao rio Muriaé. “Técnicos do controle de qualidade da água da Companhia fazem coletas frequentes para análises clínicas nos pontos de captação e os laudos mostram que a água está própria para o consumo, sem risco para a população. Os sistemas de abastecimento da Cedae permanecem operando normalmente sem interrupções”.