O contrato de tomada de preços para reforma das 81 creches e 155 escolas municipais de Campos foi o tema mais debatido na sessão da Câmara Municipal de Campos, nesta terça-feira (14). Apesar de muito embate entre oposição e governistas, o pedido de informação ao Executivo, que partiu do vereador Rogério Matoso (DEM) - com outras seis assinaturas -, foi aprovado por unanimidade.
Matoso quer informações sobre o contrato, já que o valor chamou atenção do grupo de oposição. A secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct) pretende gastar R$ 44 milhões na reforma das unidades, mas os vereadores questionam, já que desde 2010 - ou seja, nos governos Nelson Nahim (interino), Rosinha Garotinho e Rafael Diniz - o município pagou anualmente R$ 8,5 milhões pelo serviço, em torno de R$ 800 mil por mês, para a manutenção das unidades da rede.
Segundo o vereador, é necessário saber os detalhes do contrato - reforma que está dividida em cinco lotes. “São muitas dúvidas, muitas perguntas sem respostas, em um momento difícil, em plena calamidade econômica. O mesmo governo, inclusive, que tem projeto para aumentar impostos, trabalha para assinar um contrato no qual o serviço de manutenção pula de R$ 8,5 milhões para R$ 44 milhões”, disse o vereador que esteve presente na tomada de preços que aconteceu na última sexta-feira (10) e gerou, de acordo com ele, três pedidos de impugnação por parte de empresas que participavam.
Os governistas lembraram à oposição que muitas unidades de ensino da rede municipal encontram-se depredadas. E, no contrato, fica estabelecido que o município só pagará o serviço que for executado; justificativa que não atendeu à oposição.
O líder do governo do prefeito Wladimir Garotinho (PSD), o vereador Álvaro Oliveira (PSD), disse que todo processo do contrato pode ser acompanhado pelo Diário Oficial do Município, o governo também está mantendo o Ministério Público Estadual informado e, por isso, liberou os vereadores da situação para que votassem favoráveis ao pedido. “Libero todos vocês para votar”, disse Oliveira, não sem antes afirmar que a oposição quer atrapalhar o processo.
A atitude, inclusive, chegou a receber elogios do líder da oposição, o vereador Marquinhos Bacellar (SD). “Agradeço a Álvaro pela decisão de deixar os vereadores agirem por vontade própria”, disse, ao mesmo tempo lembrando que o prefeito tem falando na necessidade de reduzir gastos no município.