Discussão no HGG e denúncia de falta de aparelho de ressonância
Ícaro Abreu Barbosa - Atualizado em 02/09/2021 20:14
Depois de levar seu marido ao Hospital Geral de Guarus (HGG), na última terça-feira (31), a cabelereira Maria Eduarda Sales, de 40 anos, fez várias denúncias sobre o sistema de saúde pública de Campos em diversos hospitais e classificou como “criminoso” a falta de aparelho de ressonância magnética na rede municipal. Questionada, a Prefeitura respondeu: que cerca de 800 exames por mês são disponibilizados à população de maneira contratualizada na Sociedade Beneficência Portuguesa e, também, na Santa Casa de Misericórdia de Campos.
Maria Eduarda foi às redes sociais após uma discussão entre ela e um funcionário do HGG ter viralizado. A cabelereira buscava um atendimento para seu marido, o motorista Jailton da Silva Crespo Júnior, de 51 anos, que é paciente renal transplantado, e agonizava em dores na traseira de um táxi no momento do bate-boca. Ainda segundo Maria Eduarda Sales, os funcionários se negaram a oferecer cadeiras de rodas para o paciente dentro dos corredores do hospital alegando “ordens da direção” e por isso o seu marido teve que aguardar o atendimento dentro do carro.
A Prefeitura contesta a versão e explica que a direção do Hospital Geral de Guarus (HGG) informou que dispõe de macas e cadeiras para atendimento aos pacientes que ingressam na unidade e são direcionados de acordo com a necessidade individual de cada um.
"No caso do paciente Jailton da Silva Crespo Júnior, que é transplantado, chegou ao HGG com dores abdominais e foi prontamente atendido pelo médico e submetido a exames, inclusive deslocado em cadeira de rodas. Já estabilizado e enquanto o paciente aguardava o resultado dos exames, foi oferecido ao paciente outra cadeira, mediante a necessidade de transportar uma paciente de 92 anos na cadeira de rodas, entretanto, o mesmo negou e quis ir para o carro que o tinha transportado até o hospital", disse a nota da Prefeitura.
Já no carro, houve outro entrevero entre a cabelereira e os funcionários do HGG. Como o paciente foi de táxi e lá permaneceu até a hora do atendimento, o motorista buscou um local de sombra para estacionar – vide o calor que fazia no dia. A Prefeitura alega que o veículo estava estacionado na entrada de ambulâncias e que foi solicitado ao motorista que trocasse de lugar para não impedir o fluxo dos veículos no local. O poder público ainda ressaltou: “O HGG é um hospital com grande fluxo de pacientes e, inclusive na terça-feira (31), mesmo dia em que Jailton esteve na unidade, foi registrada superlotação”.
Maria Eduarda, esposa de Jailton, nega que tenha obstruído a entrada e comentou que o carro ficou estacionado na calçada do hospital, “em um ponto que não atrapalhava e embaixo de um ar condicionado para conseguir sombra”. 
Ainda segundo ela, após a consulta – aonde foi solicitado um exame de ressonância magnética pelo médico – outra batalha teve que ser travada no dia seguinte, quarta-feira (1): “Tive que ir até a ouvidoria do município e escrever de próprio punho uma requisição para que houvesse maior agilidade na realização do exame. Após isso, os 20 dias que teria que aguardar se transformaram em menos de 24 horas e foi realizado na manhã desta sexta-feira (2)”.
Apesar de hoje o problema relacionado ao exame já estar resolvido e o Jailton internado no Hospital Ferreira Machado, aguardando seu resultado e possível transferência para o Rio de Janeiro; Maria Eduarda alerta para a demora ocasionada por uma suposta falta de máquinas de ressonância no município: “As pessoas morrem aqui, são 20 dias pra conseguir o exame. Mas, no caso de uma emergência, e se o paciente sobe a pressão e tem agravamento do caso, tem que ser o mais rápido possível. O SUS não tem aparelho de ressonância em Campos”, disse, acrescentando que os médicos também cobram mais máquinas para dar diagnósticos mais rápidos.

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