O município de Campos deu uma disparada no calendário de vacinação contra a Covid-19 desde o mês de julho, alcançando já na próxima semana toda a população adulta com a primeira dose, e já tem planos para começar a vacinar os adolescentes. Entretanto, 21% do público já convocado para a imunização não foi vacinado, o que pode representar uma rejeição de alguns grupos às vacinas disponibilizadas ou dificuldade para ter acesso aos imunizantes. Até essa sexta-feira (13), 275.670 pessoas receberam a primeira dose, 124.489 a segunda e 10.639 a dose única, totalizando 410.798 doses.

O município comemora a marca de quase 80% do público-alvo vacinado e afirma que a taxa de pessoas não vacinadas pode ser explicada por diversos fatores, principalmente a hesitação de algumas pessoas em se vacinar.

“O primeiro indicador da taxa de não vacinados é o ato de hesitar, ou seja, a recusa da vacina por várias questões, entre elas, filosóficas, antropológicas, pessoais, religiosas ou políticas. O segundo indicador é o número de doses enviadas pelo ministério da Saúde, que não contempla a todos que estão dentro da faixa etária naquele período, necessitando de repescagem. Tem ainda a escolha de vacina. Quando no posto tem a vacina que a pessoa quer, o índice de vacinação aumenta e vice-versa”, ressaltou a secretaria de Saúde.

A Prefeitura afirma que a pessoa que tentar escolher ou recusar a vacina por causa da marca, está sujeita às penalidades previstas no Decreto 251/2021, podendo responder criminalmente com base no artigo 268 do Código Penal, que trata da violação/descumprimento de medida sanitária preventiva, comportando a pena de detenção de seis meses a dois anos e multa.

Nesta semana, Campos recebeu mais 26.662 doses e bateu o recorde de vacinas aplicadas desde janeiro, quando a imunização da população foi iniciada. Foram 38.523 doses aplicadas de segunda a sexta-feira, 9.054 somente ontem. A secretaria municipal de Saúde agora dará continuidade ao cronograma de vacinação até chegar aos 18 anos e, posteriormente, iniciará uma campanha de repescagem para aqueles que, por algum motivo, não tenham conseguido se vacinar e, assim, alcançar o maior número de pessoas possível antes da imunização dos adolescentes, que já está sendo programada e será feita diretamente por faixa etária.

“Estudos realizados nos Estados Unidos e Europa colocam o adolescente como um grande vetor para transmissão da Covid-19. E essa população, que tem um grande número de pessoas, precisa ser protegida, pois é um bolsão de suscetíveis para infecção. Não queremos fazer como Niterói, que começou por comorbidade de 12 a 17 anos, mas descer por faixa etária direto. Tivemos no município um jovem de 17 anos, sem comorbidade, intubado”.

O município trabalha, ainda, com a possibilidade de oferecer doses de reforço da vacina para a população, inclusive de imunizantes diferentes, e já está iniciando análises secundárias de casos e óbitos de adultos acima de 70 anos de idade. “Estudos têm mostrado que acontece uma redução dos anticorpos protetores, e isso se deve à redução da eficácia de vacinas, independentemente de ser Pfizer, Astrazeneca ou Coronavac. Tem ocorrido em vários países e há estudos para avaliar a dose de reforço. Alguns resultados já apontam que a dose de reforço da Coronavac, por exemplo, reforça em cinco vezes os anticorpos protetores. Existe outro plano sendo trabalhado, que é aplicar vacinas diferentes, ou seja, se a pessoa tomou AstraZeneca pode fazer a Pfizer como reforço”, ressalta a secretaria.

Nesta semana, Campos, que registra 1.530 óbitos e 40.245 casos de Covid-19, voltou à Fase Amarela do Plano de Retomada das Atividades Econômicas e Sociais, devido ao aumento no número de casos e ocupação dos leitos de UTI. O decreto com as novas medidas foi publicado na terça-feira e sofreu alterações no dia seguinte.

Com o avanço da doença, a comprovação de vacinação em estabelecimentos com maior potencial de geração de aerossóis, como bares, restaurantes, cinemas e academias, passou a ser exigida para os grupos já contemplados no calendário de imunização, tanto para funcionários, quanto para clientes. Os estabelecimentos terão até o dia 17 de agosto para se adequar e os locais cujos proprietários e colaboradores não optarem pela vacina deverão assinar um termo de recusa vacinal e afixar em local visível cartaz informando: “Estabelecimento não vacinado contra Covid-19.