Em reunião do Gabinete de Crise da Covid-19, na manhã desta segunda-feira (9), a subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde apresentou o quadro atual da pandemia em Campos, que aponta aumento no número de internações, alterando o mapa de risco do município de verde para amarelo, apesar de a vacinação já demonstrar queda no número de óbitos e casos da doença no público já imunizado. De acordo com a Prefeitura, 75% dos leitos de UTI estão ocupados com pacientes Covid-19 e o número de casos aumentou em mais de 97%, indicando a presença da variante Delta no município, que tem maior grau de transmissibilidade e de letalidade.
A entrada do município na Fase Amarela condicionou a abertura de comércios, bares, restaurantes, academias e outros espaços públicos, à exigência de, pelo menos, uma dose da vacinação para frequentadores. Os decretos também vão cobrar a comprovação da vacinação de funcionários do comércio e outros estabelecimentos do setor produtivo que estejam incluídos no público-alvo já contemplado.
O subsecretário Charbell Kury ressaltou, ainda, que as escolas que já retomaram as aulas poderão manter as atividades, mas as unidades que ainda não haviam retornado, deverão adiar a reabertura. No caso de faculdades e universidades, segundo Charbell, só poderão funcionar as unidades cujos profissionais já tenham sido vacinados e somente alunos já vacinados pelo menos com a primeira dose poderão frequentar as aulas presenciais.
— Nós não queremos fechar nenhum setor, mas sim cobrar responsabilidade da população e dos setores — comentou Charbell, listando algumas novas restrições que serão adotadas. O subsecretário também frisou que os representantes da classe produtiva são responsáveis por eles mesmos, seus colaboradores e também seus clientes e, em todo o comércio, os colaboradores terão que ter seu cartão de vacinação marcado com pelo menos uma dose.
O decreto com as novas medidas será publicado em edição suplementar do Diário Oficial do município ainda nesta segunda-feira.
Durante a reunião, o subsecretário de Saúde, Paulo Hirano, reforçou a necessidade de se manter os cuidados sanitários, inclusive pelas pessoas que já foram vacinadas. De acordo com ele, a secretaria tem sido notificada por unidades hospitalares sobre a internação de pessoas que já foram vacinadas.
— Todas as medidas tomadas pelo município são em decorrência do número de casos, internações e óbitos do momento. Todos esses dados que levam à tomada de decisões. A ação mais importante neste momento é o progresso da vacinação, reduzindo o número de formas graves da doença e de óbitos. Essas medidas colocadas pelo Charbell são para lembrar que qualquer vacina que seja oferecida tem que ser aplicada. Não pode fazer distinção entre as vacinas. Você prejudica a você e à sociedade, perpetuando a pandemia. Gostaria de lembrar que não se escolhe vacina. O importante é vacina no braço, é estar imunizado — comentou Paulo Hirano.
Já o secretário municipal de Saúde, Adelsir Barreto, deu ênfase aos limites da liberdade. "Tem que ter responsabilidade quando a liberdade está em suas mãos, ela não pode extrapolar nenhum limite e se tornar uma metralhadora disparando para todos os lados sem controle”.
Adelsir ainda destacou, assim como todas as autoridades presentes, que todas as vacinas são importantes e iguais. “Não devemos ir buscar marca de vacina, mas não podemos ficar sem tomar nenhuma. É importante vacinar assim que chegar a sua idade”, acrescentou, citando ainda os casos de pessoas cuja faixa etária já chegou mas estão esperando a vacina desejada.
Por fim, ele ainda abordou a questão da rede pública de hospitais. “Estamos atentos, vigilantes sentinelas nas unidades de saúde para recebermos os pacientes e mantermos a situação controlada como está, sem permitir o avanço do número de casos na cidade”, concluiu.