ETs costumam se disfarçar e aparecer aos poucos, até como tática de ataque. Pelo menos, os humanos não os reconhecem de imediato. Duvidam que ETs sejam de fato ETs. Não é o que acontece em “Earth vs. The flying saucers”, no Brasil “A invasão dos discos voadores”. O filme tem a direção de Fred F. Sears e foi lançado em 1956.
Antes mesmo que a trama se inicie, os discos estão aparecendo para aviões de guerra e aviões militares, para pessoas comuns em todos os lugares do mundo, com narração espetaculosa de um radialista do tempo do repórter Esso. No centro da história, está, como de costume, um casal dos Estados Unidos. Carol Marvin (Joan Taylor) é um amor de esposa. Bonita de rosto, cintura fina, inteligente e feminina. Ela pode, no máximo, ajudar o marido, mas nunca assumir lugar de destaque. Russel Marvin (Hugh Marlowe) é tudo de bom: esposo gentil e amoroso, cientista renomado, líder por natureza, másculo e corajoso, inteligente e prudente.
Os alienígenas não vêm da Lua, de Marte ou Vênus. Eles abandonaram um sistema planetário e estão vagando a esmo. Ainda que exista uma infinidade de planetas só na Via Láctea, eles escolhem a Terra e, entre tantos países e cidades, querem negociar com Washington. Para começar, bombardeiam todas as naves espaciais dos Estados Unidos lançadas ao espaço, temerosos de que sejam naves de guerra, e invadem uma base militar do país. Inútil metralhar os discos com pistolas, fuzis, metralhadoras, bazucas, canhões e tanques. As naves são protegidas por um campo magnético. Os tripulantes são como robôs, exatamente como imaginamos que sejam os ETs. Na verdade, foram os filmes dos Estados Unidos que estereotiparam os extraterrestres. Mas eles morrem se atingidos por alguma arma terrestre.
Para pressionar o governo norte-americano a negociar com os extraterrestres, as naves ameaçam as principais cidades do mundo e sequestram o pai de Carol, conceituado general das forças armadas. O sistema dos ETs é sofisticado. Como costuma acontecer, as autoridades máximas das forças armadas dos Estados Unidos hesitam diante das explicações do Dr. Marvin. Aos poucos, diante dos ataques, acabam se convencendo e acreditando na arma que Dr. Marvin quer construir para atingir o calcanhar-de-aquiles dos ETs. Há sempre um ponto fraco em invasores espaciais. Há sempre um ponto forte nos terráqueos, sobretudo se eles tiverem nascido nos Estados Unidos. As naves invasoras são sensíveis a ondas sonoras.
Depois de experiências, Dr. Marvin aperfeiçoa a arma e a utiliza num ataque das naves a Washington. A invasão do Capitólio por apoiadores de Donald Trump não chega aos pés do estrago feito pelos discos voadores. Mas os Estados Unidos, em nome da Terra, salvam a humanidade. O grande destaque do filme são as naves espaciais concebidas pelo mestre da animação em stop-motion Ray Harryhausen.