Eles querem tudo de nós: matéria, energia, alimento, água, sangue e esperma. Os ETs de “A guerra dos mundos” queriam sangue e acabaram morrendo ao contraírem um micróbio para o qual os terráqueos já tinham imunidade. A garota diabólica de Marte veio a Londres para sequestrar homens que fecundassem as mulheres do seu planeta. Ela queria esperma na sua embalagem. Em “Kronos”, filme norte-americano de 1957 dirigido por Kurt Neumann, um disco voador vindo não se sabe de onde quer sugar toda a energia da Terra e torná-la inabitável. A civilização de outro planeta é superior à nossa, mas esgotou a sua energia e agora veio roubar a nossa.
A princípio, um cientista supõe que um disco voador seja um astro. O filme começa com aquelas magníficas cenas de automóveis cruzando desertos em estradas magnificamente asfaltadas. Um emissário da nave em forma de luz invade a mente do motorista, que se dirige a um observatório telescópico, abate o vigilante e chega ao chefe, passando para ele a força possessiva. O trio formado por dois homens e uma mulher, contudo, mantém-se íntegro. O disco se projeta sobre o oceano Pacífico na costa do México.
Os três cientistas dirigem-se ao local e o inspecionam. Nada encontram. Enquanto isso, dois deles namoram. Os beijos entre eles são francas imitações daquele beijo entre Burt Lancaster e Deborah Kerr em “A um passo da eternidade”. Finalmente, o disco emerge e se transforma numa plataforma preparada para sugar energia. A aeronáutica mexicana é arrasada. Cenas tomadas de outras filmagens mostram mexicanos correndo desesperados. Para destruir o ladrão de energia, só as forças dos Estados Unidos. De volta ao laboratório, outro aspecto notável dos filmes B: aquelas geringonças todas constituídas de painéis, ponteiros, luzes que se acendem e apagam, palavras ininteligíveis trocadas entre as pessoas. A gente vibrava com aquilo tudo. Hoje, está tudo superado.
O chefe possuído morre eletrocutado. O cientista genial intui uma forma de provocar a autodestruição da plataforma. Novamente, governantes e militares curvam-se ao comando do cientista. Um único caça a jato consegue produzir a autodestruição do invasor. Mais uma vez, os Estados Unidos salvam a Terra e a humanidade. Tudo volta ao normal, e o casal de cientistas já pode ir ao cinema.