Os 180 dias de governo do prefeito Wladimir Garotinho (PSD) levaram à realização do Seminário Sob Controle. Mais de 300 pessoas ocuparam os assentos permitidos no Teatro Municipal Trianon, na noite de quinta-feira (01). Para uma plateia (servidores, colaboradores, secretários e vereadores) ávida de boas novas para o município de Campos, o espetáculo não decepcionou: o prefeito prometeu antecipar o pagamento de 50% do 13º salário dos servidores para o mês de outubro. “Os números mostram Campos sob controle, passando a fase de dizer que não tem dinheiro e que a cidade está quebrada”, disse o prefeito. Quanto ao maior desafio respondeu de pronto: “a pandemia”.

Segundo Wladimir, apesar das dificuldades financeiras do município, vai quitar 15 folhas de pagamento neste ano de 2021 (a de dezembro e 13° de 2020, além das 13 deste ano). O prefeito destacou, ainda, que existe a possibilidade de Campos ter superávit financeiro até o fim deste primeiro ano de gestão.

Falou, ainda, das cinco metas da administração a serem cumpridas até o final de 2021. Na articulação política no Legislativo, o governo Wladimir ainda tem o emblemático e complexo Novo Código Tributário para ser aprovado; forma que o governo encontrou para aumentar receita.

Sobre as metas, o prefeito afirmou que a primeira tratou da dignidade do servidor. Pagar 15 folhas salariais, para Wladimir, será seu maior feito no primeiro ano. Na sequência colocou a questão do transporte alternativo e sua volta para o Centro como segunda meta. “Consegui colocar fim nos terminais da humilhação”, disse.

A terceira meta citou a reabertura do Restaurante Popular, que serve 1.500 refeições de graça todos os dias, através do programa Estadual “Rio Alimenta”. “A retomada das obras do Shopping Popular Michel Haddad é a minha quarta meta e pretendo fechar o ano com obras no Parque Saraiva”, resumiu Wladimir.

O prefeito agradeceu o apoio do Governo do Estado, neste caso o governador Cláudio Castro (PL), ao deputado estadual Bruno Dauaire (PRP), da deputada federal Clarissa Garotinho (PL), que nestes seis meses destinou R$ 20 milhões de emendas parlamentares ao município. Também lembrou do vice-prefeito Frederico Paes (MDB), a quem se referiu como “amigo, parceiro e conselheiro”.

Corte na carne - Para conseguir alguns resultados, o governo Wladimir precisou cortar na própria “carne”. Uma dessas medidas tomada pela atual administração e o novo organograma foi a redução de cargos comissionados e funções gratificadas. Mas, o secretário de Administração e Recursos Humanos, Wainer Teixeira, disse que isso possibilitou uma economia de R$ 40 milhões na folha de pagamento dos servidores da prefeitura. Ainda anunciou pagamento de prestadores de serviço. A dívida herdada é de R$ 10 milhões.

 

 

As negociações entre o governo municipal e as entidades do setor produtivo de Campos ganharam um novo capítulo com a reunião de seus representantes na manhã desta sexta-feira (2), na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Marcelo Mérida, que representou o governo junto ao vereador Álvaro Oliveira (PSD), no encontro aconteceu a apresentação de pontos referentes às áreas da construção civil e Vigilância Sanitária.

As propostas do poder público foram discutidas de maneira rápida entre as entidades após a saída apressada de Mérida e de Oliveira da CDL. “Nós ouvimos a prefeitura, mas não tomamos decisão nenhuma até o momento, mas elas (propostas do governo) vão ser revisadas com cuidado e então posto em discussão durante uma nova reunião, na próxima sexta (9)”, adiantou o presidente da CDL, José Francisco Rodrigues. Ele explicou que as propostas consistem em vários itens, com a diminuição de algumas alíquotas dos impostos que a prefeitura havia subido anteriormente.

A posição de José Francisco, assim como de todos outros representantes do setor produtivo, segue na direção da “preocupação de aumentar impostos em uma hora que não é adequada”. As frentes de diálogo abertas, contudo, precisam dar resultados: elas serão entregues ao prefeito até o final deste mês.

Os pontos, que incluem aumentos no Imposto Sobre a Transmissão de Bens Imóveis Inter Vivo (ITBI), serão discutidos em duas novas reuniões marcadas para a próxima semana: uma na secretaria de Fazenda, especificamente com os representantes da construção civil, na quintafeira (8), e outra na CDL, na sexta-feira (9).

— Nós estamos em processo de construção e análise (da reforma tributária), não só em termos de governo, mas também com o Legislativo e com as instituições envolvidas. Hoje nós demos mais um passo no estudo e pontuamos caso a caso — pontuou Marcelo Mérida.

Flashes das ações do governo em movimento nos primeiros seis meses tomaram conta de um telão e apresentaram desempenho em várias áreas, como Saúde, Educação, Agricultura e Assistência. Mas, o show mesmo ficou por conta dos números apresentados pelo gráfico com linha verde da receita, linha vermelha dos gastos do governo passado e a linha azul do atual governo que no momento ainda não transpassou a receita.

A leitura ficou por conta do secretário de Transparência e Controle, Rodrigo Resende. Segundo ele, o município de Campos iniciou o ano de 2021 com uma dívida de cerca de R$ 200 milhões e, em seis meses, com as medidas de restrição adotadas pela administração municipal, foram pagos R$ 70,4 milhões, uma redução de 36,73%.

Enxugar a máquina administrativa foi outro ponto levantado. “A gestão assumiu a prefeitura onde a folha de pagamento atingiu 54,5% do orçamento, ultrapassando o que prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que é 54%. Com os ajustes que tiveram que ser feitos, conseguimos reduzir para 52,65% em 180 dias”, explica o secretário de Transparência e Controle.

De acordo Resende, os dados apresentados são consolidados e divulgados de forma transparente para que a população possa entender como funciona a máquina.