“Me emocionou profundamente ver o nome da Dani ligado a um projeto tão bonito. Quando o Bruno Dauaire me procurou, eu disse: ‘meu Deus, é tudo que a gente poderia imaginar de necessário para benefício das mulheres em situação de risco’”. Foi assim que a roteirista e escritora de novelas Glória Perez classificou a emoção de ter o nome da filha que batiza a Casa de Direito da Mulher Daniella Perez. Ela participou de uma transmissão ao vivo no Instagram da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) nesta segunda-feira (12), ao lado de Dauaire, que foi o idealizador do projeto enquanto esteve à frente da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.
Durante a transmissão, Bruno adiantou que confirmou junto ao governador Cláudio Castro (PL) a ampliação do programa para todo o estado do Rio de Janeiro, inclusive em Campos, com verba de emenda parlamentar destinada pelo então deputado federal e atual prefeito Wladimir Garotinho (PSD). A primeira unidade foi inaugurada em Miguel Pereira e tem o objetivo de acolher as mulheres vítimas de violência doméstica, com apoio de equipes multidisciplinares, incluindo ajuda psicológica e com a presença de policiais treinados para este tipo de atendimento.
“Um dos problemas mais graves em todo o Brasil é esse primeiro atendimento à mulher vítima de violência. A maioria das delegacias não está preparada para esse primeiro acolhimento, que, muitas vezes, é traumático para a vítima. Esse primeiro acolhimento precisa ser feito por uma equipe multidisciplinar. A Casa de Direito Daniella Perez vai de encontro a isso. Transformar o equipamento em um local que a mulher se sinta à vontade para denunciar e ter suporte para conquistar sua independência financeira para romper com esse vínculo”, declarou Bruno Dauaire.
“É uma casa assim, que acolhe de tantas maneiras, tanto da resposta policial, mas também o acolhimento psicológico. Achei o projeto muito bonito e me orgulho muito. Para mim será sempre um motivo de grande orgulho”, respondeu Glória, que teve a filha, a atriz Daniella Perez, assassinada em 1992 pelo ator Guilherme de Pádua e pela sua então esposa, Paula Thomaz, se tornando símbolo da luta pela erradicação da violência contra a mulher.
Outro ponto abordado pelo deputado foi a intenção de incluir mais serviços sociais para atender às vítimas. “A gente quer incluir o Sistema Único da Assistência Social para também dar esse amparo às vítimas, e lançar, ainda, o aluguel social para essas mulheres porque muitas delas, quando sofrem alguma violência, não têm para onde ir”, concluiu.
Diretora de Mulheres Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio de Janeiro, Marisa Gaudio também participou da transmissão e chamou a atenção para a importância do engajamento dos homens na causa. “Vivencio isso com o Bruno, de como ele aplica realmente o que ele fala. Se os homens não se engajam nesta luta, a gente não consegue avançar. Esse engajamento é essencial. Fiquei muito feliz com esse projeto, que dá toda assistência à mulher, também na parte psicológica, e também se preocupa com o homem agressor. Existe um ciclo da violência e é importante de interrompê-lo”.