Conselho Tutelar denuncia falta de atendimento de neuropediatria em Campos
Dora Paula Paes 07/07/2021 20:05 - Atualizado em 08/07/2021 14:48
A fila de espera de crianças por atendimento de neuropediatria no município levou os cinco Conselhos Tutelares de Campos a se unirem. Com grande volume de denúncias de pais que não conseguem atendimento para seus filhos, de zero a 11 anos e 11 meses, o caminho foi apresentar o caso ao Ministério Público Estadual. Nesta quarta-feira (07), diligência ao Centro de Referência de Tratamento da Criança e do Adolescente (CRTCA), na antiga Apic, comprovou em números a dificuldade.
Em um caderno, sem nada oficializando dia e hora da consulta, foram encontrados os nomes de 365 crianças que aguardam atendimento para os dois médicos da especialidade na unidade. "Enquanto realizávamos a inspeção, chegaram cinco mães para buscar atendimento e saíram sem atendimento e expectativa", disse a conselheira Geovana Almeida.  
Nesta quinta-feira (08), o caso, transformado em inquérito civil público, será discutido em por conselheiros, representante da secretaria municipal de Saúde e pela promotora de Tutela de Justiça Coletiva da Infância e Juventude, Anik Assed.
As denúncias, de acordo com o grupo de conselheiros, são constantes. "Tenho uma assistida, que aguarda na lista de espera desde o dia 13 de maio. Vão fazer três meses, a criança de 4 anos tem crise convulsiva e o pediatra espera essa consulta para fechar diagnóstico. Listas de espera, sem expectativa de atendimento com neuropediatra, é só uma pontinha. O município também não tem psiquiatria infantil para atendimento", relatou Geovana, um dos seus casos.
Segundo ela, há algum tempo está ocorrendo essa dificuldade dos pais conseguirem atendimento para neuropediatra dentro do município. "Os responsáveis denunciam aos Conselhos e nós fazemos requisitamos à secretaria de Saúde o atendimento, mas sem retorno. Muitos estão, pela demora, pagando consultas sociais de R$ 200 a R$ 300, para um diagnóstico fechado, enquanto o município viola o direito dessa criança. Sabemos que os dois profissionais do CRTCA não dão conta da demanda e que neurologistas estão alocados em plantões em Santa Maria e Travessão, fora do atendimento ambulatorial. Só esperamos que o município faça alguma coisa", disse a conselheira.
A secretaria municipal de Saúde informou que vai tratar da questão em reunião nesta quinta-feira (08), no Ministério Público. 

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