Produtores rurais e Prefeitura fecham convênio para desobstrução dos canais da Baixada
05/07/2021 21:30 - Atualizado em 06/07/2021 15:55
  • Fotos: Rodrigo Silveira

    Fotos: Rodrigo Silveira

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Produtores rurais de Campos se reuniram na noite desta segunda-feira (5), no auditório do antigo Centro de Referência da Dengue (CRD), para discutir demandas do setor na região e formalizar um convênio com a Prefeitura, assinado pelo prefeito Wladimir Garotinho, que permitirá a otimização dos trabalhos de desobstrução dos canais da Baixada Campista. A situação da Usina Canabrava, que retomou nesta segunda suas atividades após cinco dias suspensas, também foi tema na reunião.
— A Asflucan (Associação Fluminense dos Plantadores de Cana) adquiriu uma máquina para a fazer a manutenção dos canais da Baixada Campista e agora, com o convênio assinado hoje, a Prefeitura poderá contribuir, fornecendo o combustível para abastecer o equipamento — destacou o presidente da Asflucan, Tito Inojosa.
O prefeito destacou que o município já recebeu cerca de R$ 10 milhões em emendas parlamentares para a compra de maquinário, mas, segundo ele, enquanto o dinheiro não chega, o município precisa se reinventar. Ele garantiu que “a agricultura de Campos terá o maior investimento de sua história”.
De acordo com Wladimir, três canais em Campos estão sendo dragados pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), mas que não são prioridade para o município. “Entreguei ao Inea um mapa com todos os canais que precisam ser dragados, em ordem de prioridade. Uma dessas prioridades é o canal Campos-Macaé até o canal de Tócos, pelo menos 15 km, para solucionar o problema dos alagamentos na ponte Rosinha nos dias de chuva”, afirmou o prefeito.
O secretário municipal de Agricultura, Pecuária e Pesca, Almy Junior, destacou que setor rural na região é afetado por demandas recorrentes nos períodos de estiagem e de enchentes em relação aos canais, que não recebem a manutenção necessária e, por isso, estão constantemente assoreados e com excesso de esgoto e de vegetação que impedem a adução de água como ocorre agora no período de estiagem. “No período das intensas chuvas, a obstrução dos canais impede a drenagem das águas e os alagamentos nas áreas agrícolas, inclusive em algumas regiões urbanas no interior de Campos, São João da Barra e Quissamã”.
Outro assunto abordado na reunião foi a suspensão das atividades da Usina Canabrava, que afetou milhares de pessoas na região, entre trabalhadores da indústria, produtores, trabalhadores rurais e caminhoneiros. De acordo com o vice-prefeito de Campos, Frederico Paes, o fechamento da Canabrava inviabiliza todo o setor na região.
— Campos precisa apoiar a Usina Canabrava nessa questão, porque vai dar problema. Na região, só temos a Coagro e a Canabrava. A Sefaz (secretaria de Estado de Fazenda) liberou a inscrição estadual da usina, mas não podemos baixar a guarda, porque pode ser uma coisa provisória e temos que preservar o setor no estado do Rio. Nosso maior concorrente é São Paulo, que tenta prejudicar as usinas do Rio de Janeiro, jogando álcool mais barato no mercado fluminense. É importante destacar também que os pequenos agricultores, a agricultura familiar, são maioria e eles dependem das duas usinas moendo — ressaltou Frederico, destacando que pelo menos 2 mil empregos são mantidos com o funcionamento da Canabrava.
O vice-prefeito anunciou, ainda, durante a reunião que a previsão é que a Usina Paraíso volte a moer no próximo ano.
O encontro contou, ainda, com a participação do secretário e subsecretário municipal de Defesa Civil, Alcemir Pascoutto e major Edson Pessanha; do presidente do Sindicato Rural de Campos, Ronaldo Bartholomeu; do secretário de Agricultura de São Francisco de Itabapoana, Enaldo Barreto; do representante da Usina Canabrava, Alex Rossi; e dos vereadores Bruno Pezão, Dandinho de Rio Preto, Juninho Vrigílio, Leon Gomes e Rogério Matoso.

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