“A guerra do amanhã” é um sci-fi que trata de viagem temporal para vencer uma guerra contra alienígenas no futuro. Essa mistura de elementos traz a curiosidade de que a viagem temporal acontece do presente para o futuro, uma espécie de “O exterminador do futuro” às avessas.
O roteiro de Zack Dean promove uma série de questionamentos, e as soluções para eles são os mais convenientes possíveis. Eles demonstram preocupação com possíveis paradoxos temporais, como se toda a situação já não criasse um paradoxo suficiente.
Seria mais honesto focar mais na ação (esta, sim, funciona) e desperdiçar menos tempo nesse aspecto científico, já que não existem respostas satisfatórias.
O filme também aposta em um drama familiar com aspecto cíclico que soa deslocado em vários momentos, mas confesso que eu comprei a história da família, principalmente a relação do protagonista com sua filha, apesar da previsibilidade da situação.
Trabalhando uma escala muito pequena em uma guerra mundial (tudo de importante acontece em uma cidade ou uma base), as cenas de ação do futuro são tensas, as criaturas têm um design muito interessante, misturando características de vários animais. Isso compõe um visual diferente, que, se não é super original, ao menos não parece cópia de outros filmes do gênero.
Os efeitos do filme mesclam entre o excelente e o constrangedor em alguns momentos chave, lembrando muito gráficos de games em diversos momentos.
Se a primeira metade introduz conceitos interessantes, mesmo que tragam questionamentos capengas, a segunda metade joga tudo para o alto e realmente insulta a inteligência do espectador.
Tudo o que acontece nessa segunda metade é conveniente. Pessoas comuns resolvem questões que cientistas do futuro não foram capazes de resolver, e não são questões muito complexas, o que diz mais da qualidade dos cientistas do que o contrário. Tudo se encaixa misturando personagens e especialidades, quase como um plano divino, difícil de engolir.
“A guerra do amanhã” é um filme de enorme potencial, mas que naufraga nos próprios conceitos — um erro imperdoável para qualquer sci-fi.