Fechado ao público desde março do ano passado em razão da pandemia da Covid-19, o Museu Histórico de Campos voltou a receber o público em geral nessa terça-feira (6), uma semana após o evento comemorativo pelo seu nono aniversário de existência, restrito a autoridades do município e à imprensa. A reabertura, com visitas que devem ser previamente agendadas, faz parte do projeto de retomada gradual do acesso da população campista a equipamentos culturais.
— A reabertura do Museu Histórico faz parte das comemorações dos seus nove anos, celebrados no último dia 29. Sabemos da importância do contato da comunidade com a história de sua cidade e, em nosso museu, cada espaço nos revela importantes partes dos ciclos vividos por nossa Campos. Com toda segurança, a comunidade volta a ocupar os equipamentos culturais a ela pertencentes — disse a presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, Auxiliadora Freitas.
As visitas podem acontecer de terça-feira a sábado, das 10h às 16h, em grupos de três a 20 pessoas por hora. É necessário agendá-las via telefone(22) 98179-4455, com atendimento de segunda a sexta, das 9h às 17h. Um protocolo foi montado e prevê que os visitantes cheguem ao museu com 20 minutos antes do horário marcado, utilizando máscara que cubra o nariz e boca. No local, haverá aferição de temperatura e higienização das mãos com álcool. As pantufas usadas durante as visitações aos cômodos do Solar do Visconde de Araruama, onde funciona o equipamento, serão descartáveis. Já os armários de guarda-volumes ainda não poderão ser acessados neste momento da pandemia.
— Para todas as visitas, teremos monitores-mediadores treinados, conduzindo a passagem dos visitantes por cada espaço, detalhando o acervo do museu. Para zelar pelos protocolos de prevenção a Covid-19, criamos essas normas, seguindo as orientações de reabertura de outras instituições museais do país. Com todo cuidado, iremos continuar com nosso trabalho de atendimento ao público visitante, informando sobre a nossa história regional — comentou Auxiliadora Freitas.
Desde a semana passada, está montada no Museu Histórico de Campos uma exposição temporária com o que restou do furto ao Museu Olavo Cardoso no final de 2020.Compõem o acervo restaurado peças como duas cristaleiras, duas mesas de jantar, 15 cadeiras, mesa de cozinha com outras três cadeiras de conjunto, um aparelho de bufê, guarda-roupas, cômoda, mesa de canto, penteadeira, três floreiras, três tapetes originais, duas colunas, relógio de parede de madeira, armário de louças, filtro com pedra vulcânica, documentos e fotos do casal formado pelo usineiro Olavo Cardoso e sua esposa Isabel, frascos de perfumes usados por ela, além de fotos da primeira esposa de Olavo, Ambrosina, conhecida pianista de Campos no passado.
Outra atração do Museu Histórico é uma mostra, também temporária, com itens do antigo Corredor Cultural campista sobre “A Inconfidência Mineira”, do artista plástico Rui Soares, que ficava localizado à rua Carlos Lacerda.
—Todos os dias recebemos mensagens nas redes sociais do museu, de pessoas perguntando sobre a reabertura. Isso demonstra como essa instituição museal é importante para a preservação e divulgação da nossa história regional — afirmou a coordenadora do equipamento, Graziela Escocard. —As visitas mediadas ao Museu Histórico de Campos, contextualizadas a partir do acervo exposto, são um instrumento de aproximação do campista com sua identidade. Através desta ação, atuamos com a educação museal e a educação patrimonial, criando sentimento de pertencimento ao visitantes. Estou muito contente com essa retomada gradual e espero que em breve o museu esteja literalmente de portas abertas para os visitantes, como antes.
Funcionária do Museu Histórico desde 2012, com cargo de gerência a partir de 2013, Graziela é uma das remanescentes da equipe anterior à pandemia. Em maio do ano passado, com o estabelecimento do Plano de Suspensão Emergencial, foram interrompidos contratos de estagiários e prestadores de serviços por Recibo de Pagamento a Autônomo (RPA), o que resultou na paralisação de atividades que vinham sendo realizadas virtualmente. Os cortes afetaram também no trabalho interno do museu, que hoje é visto como prioritário.
— Passamos por uma fase difícil, com poucos funcionários atuando e cuidando do acervo. Sei que preciso atuar nas com as prioridades neste momento de pandemia mundial. Mas, o trabalho interno de manutenção e conservação dos acervos de composição de qualquer museu merece atenção e cuidado para que os acervos não se percam — salientou Graziela.