O comando da CPI da Covid mudou a agenda prevista para esta quinta-feira (1º) e decidiu ouvir o representante da Davati Medical Suply no Brasil, Luiz Paulo Dominguetti, em vez de Francisco Maximiano, da Precisa Medicamentos. Em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", publicada na terça (29), Dominguetti disse ter recebido em fevereiro um pedido de propina do então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, em troca de um contrato de vacinas.
Segundo Dominguetti, foi pedida propina de US$ 1 por dose de vacina e, conforme a reportagem, a negociação envolvia 400 milhões de doses. Dias foi exonerado do cargo. Ao repórter Nilson Klava, da GloboNews, o agora ex-diretor negou ter pedido propina.
A cúpula da CPI decidiu mudar a programação desta quinta por ver com desconfiança o inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar as suspeitas de irregularidades envolvendo as negociações para aquisição da Covaxin, vacina contra a Covid-19 produzida na Índia.
As negociações também são alvos do Ministério Público e da própria CPI. O imunizante é o mais caro negociado pelo governo até agora, e as negociações foram feitas entre o governo federal e a Precisa, empresa sem relação com a indústria de vacinas.
Para a cúpula da CPI, o governo tentou interferir para enfraquecer o depoimento de Francisco Maximiano.
Senadores relataram desconfiança de que a PF tenha aberto o inquérito do caso Covaxin para que Maximiano conseguisse, no Supremo Tribunal Federal (STF), o direito de não responder Às perguntas da comissão.
A ministra Rosa Weber, do STF, concedeu habeas corpus ao dono da Precisa. Assim que saiu a decisão, os senadores começaram a trabalhar para antecipar o depoimento de Dominguetti.
Fonte: G1