O setor de emergência pediátrica do Hospital Geral de Guarus (HGG) corre o risco de ser fechado até a próxima segunda-feira (28). A informação foi divulgada nesta quinta-feira (24) pelo Sindicato dos Médicos de Campos (Simec), que destacou o sentimento de incerteza dos pediatras da unidade ganhou força na última terça-feira (22), quando informações extraoficiais relativas ao caso passaram a circular entre os profissionais de diversos setores do HGG. Segundo o Simec, a situação, que estaria sendo motivada pela necessidade de reformas na unidade, torna-se ainda mais grave quando os profissionais que trabalham na ala pediátrica do hospital, alguns há mais de 20 anos, afirmam temer serem pegos de surpresa e informados sobre o caso, sem aviso prévio, por meio de ligações ou mensagens via WhatsApp, de que teriam apenas as opções de serem alocados no Hospital dos Plantadores de Cana (HPC), ou direcionados para outras unidades.
Em nota, a Prefeitura de Campos informou que não há previsão de alterações nesta segunda, porém não descartou a necessidade de desmobilizar serviços atualmente realizados pela unidade hospitalar para que o espaço passe por reforma. "O Hospital Geral de Guarus (HGG) entrará em reforma ainda este ano pelas condições físicas e estruturais que se encontra. E, por isso, será necessário desmobilizar os serviços atualmente realizados pela unidade hospitalar. Informamos que não há previsão de alterações nesta segunda-feira (28), e que há uma programação e cronograma de ações ainda em construção na Secretaria Municipal de Saúde. Desta forma, é verídica a informação de que iniciará pelo Setor de Pediatria, pois o município conta hoje com estrutura para suprir a demanda, entretanto a data da desmobilização e locais de atendimento serão divulgados para amplo conhecimento das equipes de saúde e da população", informou.
Diante da situação, a presidente do Simec, Maria das Graças Ferreira Rangel, fez uma reunião na noite dessa quarta-feira (23), com médicos da emergência pediátrica do HGG, no auditório da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia, a fim de obter esclarecimentos acerca do caso e, com união de forças, tentar intervir na decisão do fechamento da emergência pediátrica, caso essa venha a ser tomada e posta em prática, nos próximos dias.
De acordo com Maria das Graças, caso venha ser aplicada, a decisão é irresponsável, sobretudo pela carência de atendimento pediátrico, bem como a desassistência da população, em suma, residente em Guarus, que possui um dos maiores contingentes populacionais do município. Ainda segundo a presidente, a ausência de formalidade da suposta decisão assumirá posição de desrespeito com os médicos pediatras, caso recebem o comunicado informalmente, sem aviso prévio e por meio de ligações ou mensagens. “Entendemos a urgência do início das obras, tendo em vista a precariedade da estrutura do HGG. No entanto, consideramos a medida absurda. O fechamento resulta em um impacto negativo nos serviços e uma total desassistência a crianças e familiares no acesso ao tratamento especializado em saúde. Vamos oficiar o Ministério Público na tentativa de não permitir que o fechamento da emergência pediátrica do HGG aconteça”, enfatizou a presidente do Simec.
O Simec tornou público seu posicionamento contrário ao fechamento da emergência pediátrica do HGG, até que a Administração Pública Municipal monte uma estrutura adequada para a provisão de cuidados temporários de saúde, em caráter circunstancial, para atendimento e suporte, especialmente, para os munícipes residentes em Guarus e localidades adjacentes, até a conclusão das obras de reforma da unidade hospitalar, haja vista que o referido setor desenvolve, além de atendimento médico especializado, um papel social há mais de 20 anos, tornando-se referência no município.
