Com 284 óbitos, abril foi o mês que a Covid-19 mais matou em Campos
Dora Paula Paes 05/05/2021 19:35 - Atualizado em 06/05/2021 18:05
Prognóstico de especialistas da área de saúde se confirma com efeitos do Carnaval. Abril foi o mês que a Covid-19 mais matou em Campos. Foram 284 mortes no município, com base nos números divulgados pelo Boletim Covid. Antes, janeiro foi o mês que contou mais óbitos com 137, quando ainda vivia a onda de casos em decorrência da eleição municipal e festas de fim de ano. O índice alto ainda deve se estender por maio e junho em todo o país.
No caso de Campos, nos primeiros meses de 2021 (até a data da estatística da subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde), foram 546 óbitos. Até terça-feira (4), o total era de 1.154 desde o início da pandemia.
A pasta da Saúde do município informa que a estatística de óbito em decorrência da Covid-19 é calculada por semanas epidemiológicas. "Entretanto, nas últimas semanas, o número vem diminuindo gradativamente com redução de até 30% de óbitos", disse em nota.
Em fevereiro - mas precisamente no dia 18 de fevereiro -, após a folia do Momo, onde se recomendou evitar aglomeração e ainda não estava confirmada a chegada das variantes (mutações do Reino Unido, brasileira e da África do Sul) e existia apenas indicativo de circulação, o médico epidemiologista, Nélio Artiles, previu:
- O reflexo dessa atitude das aglomerações poderá ser visto. Normalmente, se observa epidemiologicamente de duas a três semanas depois, quando os casos começam a aparecer. Porém, isso vai gerar um percentual de pessoas que vão para o hospital, que vão ficar no CTI, por exemplo, e permanecer por longo tempo. A gente pode imaginar que daqui a 15 ou 20 dias terá o início dos casos e daqui a um mês e meio ou dois uma interferência na mortalidade e na taxa de ocupação dos leitos de UTI.
Foi também no final de março e durante o mês de abril que o município assistiu a ocupação de até 100% de leitos de UTI's e clínicos, nas redes SUS e privada. O campista passou a esperar em filas por um leito, com número chegando a até mais de 50 pessoas na lista. O Centro de Controle e Combate a Covid (CCCC), na Beneficência Portuguesa, também colapsou e teve que fechar as portas da unidade por um dia.
A previsão para os meses de maio e junho também não é das melhores. Uma das maiores especialistas em Covid-19 no país, a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Margareth Dalcolmo disse que maio também será um mês triste para o Brasil. Em entrevista ao O Globo, ela disse: "todos os indicativos sinalizam que a matança continuará".

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