O município de Campos recebeu, nessa segunda-feira (24), o maior repasse de royalties dos últimos 22 meses. O depósito de R$ 37.076.891,18, referente à produção de março deste ano, é 8,7% superior ao que foi feito em abril (R$ 34.119.469) e 126,3% maior que o valor pago em maio de 2020 (R$ 16.382.675).
O aumento no repasse foi registrado por todos os municípios da região. Para São João da Barra, que recebeu nessa segunda R$ 13.639.185,68, a alta foi de 11,9% em comparação com o mês passado (R$ 12.188.997,53) e de 162,2% sobre o valor repassado no quinto mês do ano passado (R$ 5.202.837,86).
Entre os municípios da região, Macaé foi o que recebeu o maior valor (R$ 80.211.530,59), que representa um aumento de 19,5% em relação a abril (R$ 67.143.515) e de 142% sobre o depósito de maio de 2020 (R$ 33.151.205).
O menor repasse foi feito para Carapebus, de R$ 5.802.971,23, valor 18,8% maior que o depositado no mês passado (R$ 4.882.874) e 185,2% superior ao que foi pago no mesmo período do ano anterior (R$ 2.034.378).
O município de Quissamã recebeu nessa segunda-feira R$ 18.572.113,85, enquanto em abril o repasse foi de R$ 16.047.282 (+15,7%) e em maio de 2020 de R$ 5.883.499 (+215,7%).
Para Casimiro de Abreu foram repassados R$ 8.675.087,38 nesta semana, o que representa uma alta de 15,4% em comparação com o depósito do mês passado, que foi de R$ 7.515.325, e de 157,5% em relação a maio do ano passado (R$ 3.369.188).
— Mesmo com o preço oscilando, em meio à pandemia e com a demanda ainda não restabelecida, o petróleo tipo brent se manteve acima dos US$ 60, chegando próximo aos US$ 70 no mês de março. Ainda com a produção em queda na Bacia de Campos, o câmbio que se manteve, em média, a R$ 5,60 ajudou em termos essa alta no repasse deste mês. Os campos do pré-sal seguem superando recorde após recorde de produção, como esperado. Sigo acompanhando a CPI da Alerj e a movimentação legislativa de Brasília, que não cessa e promete grandes tremores à frente. Ainda estamos em combate com o Sars-Cov-2 e suas mutações, vamos manter o modo sobrevivência e preservar a vida em primeiro lugar. Cautela nos gastos, mais que nunca pelos gestores municipais — destacou o consultor de Petróleo, Gás e Tecnologia Wellington Abreu.
CPI dos Royalties recebe representantes da Petrobras
Durante oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que investiga a queda na arrecadação de receitas compensatórias da exploração de petróleo e gás no estado nesta segunda-feira (24), representantes da Petrobras anunciaram perspectivas de novos investimentos e prestaram contas sobre decisões judiciais que determinaram medidas para aumentar a transparência da fiscalização dos órgãos estaduais.
— Estamos seguindo um roteiro com 26 tópicos e sabemos que em uma reunião o assunto não teria como ser esgotado. Então, deixamos a Petrobras fazer sua explanação nesta segunda e na próxima reunião nós, deputados, faremos as nossas considerações e vamos tirar as nossas dúvidas. Não podemos sair dessas oitivas sem que tudo seja esclarecido — justificou o presidente da Comissão, deputado Luiz Paulo (Cidadania).
Estiveram presentes na reunião os deputados Waldeck Carneiro (PT), Martha Rocha (PDT), Célia Jordão (PRP) e Dionísio Lins (PP). Diretor de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade da Petrobras, Roberto Ardenghy abriu a reunião informando que o setor de óleo e gás vai crescer expressivamente até 2024 no estado. Segundo Ardenghy, o Rio será responsável por 84% da produção de petróleo da Petrobras. “Atualmente, 80% da nossa produção já é feita aqui. Produzimos, por dia, aproximadamente 2 milhões de barris de petróleo no Rio. Isso demonstra o quanto o estado é valorizado pela Petrobras”, pontuou.
No entanto, Luiz Paulo lembrou que em 2016, quando o Rio enfrentou a sua maior crise financeira, a Petrobras, sem avisar previamente, deixou de repassar recursos de participações especiais.
Em resposta, o gerente geral de Representação e Negociação Externa da Petrobras, Cristiano Gadelha, disse que a empresa cumpre medidas e práticas definidas em regulamentação e que a Petrobras não vê empecilhos em aplicar essa comunicação, desde que seja alterada na regulação.
Gadelha também pontuou que neste mês a empresa criou um protótipo para facilitar a fiscalização da secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), cumprindo com a decisão judicial que determinava tratativas para entrega sistematizada e escalonada das informações dos últimos 10 anos da empresa.
