O campista Marcelo Viana Estevão de Moraes, mestre e doutor em ciências sociais, lançou no final de abril, no Rio de Janeiro o seu livro “A Construção da América do Sul: O Brasil e a Unasul”, pela Appris Editora. A obra aborda detalhes da União de Nações Sul-Americanas, fundada em 2008 e que, até 2018, foi composta por 12 Estados independentes da América do Sul, com objetivo de estabelecer uma integração regional ampla entre os países parceiros. A obra está disponível em livrarias e nos sites de Amazon, Submarino, Americanas, Magazine Luiza, Shoptime, Travessa e Martins Fontes Paulista. Pedidos também podem ser feitos pelo site da editora (www.editoraappris.com.br), tanto do livro físico quanto da versão e-book.
Devido ao seu peso geopolítico no espaço regional, o Brasil teve papel estratégico na criação da Unisul, também pelo compartilhamento de interesses em torno de um projeto de desenvolvimento integrado que propiciasse a prosperidade e a segurança coletiva sul-americana. Na visão de Marcelo, o sucesso do projeto dependia da interdependência crescente entre os Estados, as economias, as sociedades e as empresas da região pela expansão das transações recíprocas, articulação de cadeias produtivas e de agregação de valor, intensificação da atividade comercial e pelo aumento do intercâmbio em todos os aspectos da vida social.
— O vetor do processo de integração seria o desenvolvimento dos parceiros, impulsionado pelo dinamismo brasileiro, com a construção de um espaço bioceânico orgânico estrategicamente ajustado às mudanças em curso no mundo, que permitiria à América do Sul projetar sua influência no tabuleiro geopolítico global. O processo avançou rapidamente até o advento da crise brasileira. Em seguida, o Brasil perdeu as condições para liderar a integração e houve o colapso da Unasul, organismo que visivelmente contrariava os interesses geopolíticos dos Estados Unidos no hemisfério — afirma Marcelo Viana Estevão de Moraes.
Além do Brasil, a Unasul contava ainda com Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. Contudo, após conflitos na organização relacionados à liderança da mesma, deu-se início à saída de vários países, entre eles o Brasil, que formalizou o fim do vínculo com o grupo em 2019 para integrar o Fórum para o Progresso da América do Sul (Prosul).
— Este é um livro fundamental para todos os que se preocupam com o desenvolvimento do Brasil e com seu papel no mundo contemporâneo, mas é especialmente indicado para os estudantes de ciências humanas, com destaque para as áreas de ciência política, relações internacionais, história contemporânea e geografia humana. É um livro original, pois fornece uma visão abrangente e multidisciplinar sobre a posição do Brasil no seu contexto regional e os limites e possibilidades fixados pelas circunstâncias geopolíticas para a ampliação da autonomia brasileira na busca de seus objetivos nacionais estratégicos — justifica Marcelo.
O autor — Marcelo Viana Estevão de Moraes é doutor (2018) e mestre (2014) em ciências sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Possui experiência profissional em gestão e políticas públicas, com ênfase em cultura, direito, economia, relações internacionais, direitos humanos e política social. De outubro de 2017 a outubro de 2018, foi diretor-executivo da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB). Possui graduação em direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1987) e pós-graduação lato sensu em relações internacionais (1995) e em ciência política (2000) pela Universidade de Brasília.
Atualmente, o autor ocupa cargo efetivo de especialista em políticas públicas e gestão governamental, no quadro funcional do Ministério da Economia. Durante a carreira, teve cargos equivalentes a secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego em duas ocasiões (1990-1991 e 1992), secretário de Previdência Social do Ministério da Previdência Social (1994-1999), secretário-executivo da secretaria especial de Direitos Humanos (1999-2000) e secretário de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (2008-2010).
Entre os seus feitos, Marcelo participou de missões internacionais representando o governo brasileiro junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial, Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a outras organizações. (A.N.)