O Museu Histórico de Campos, dando sequência ao projeto Museu Virtual, abre no próximo domingo (18), a temática “Entre Ossos e Urnas”. Neste mês a abordagem será sobre o acervo arqueológico, do Sítio Arqueológico do Caju, registrado no IPHAN pelas equipes do Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB), em Campos, na margem direita do Paraíba do Sul, próximo ao Cemitério do Caju. A agenda será aberta às 10h.
O acervo é composto por material cerâmico de sepultamentos em urna e no solo, além de diversos ossos e utensílios. Esta ação visa revelar ao público o acervo arqueológico permanente do Museu, desmistificando mitos relacionados aos indígenas que habitavam a região norte fluminense, como forma de disseminar conhecimento para toda a população campista, através do Canal do YouTube “FCJOL Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima”.
O acervo arqueológico possui muita história e empenho de muitos defensores como Arthur Soffiati (ambientalista e historiador), Sylvia Paes (historiadora) e Divino Oliveira (arqueólogo do Laboratório de Arqueologia Brasileira). Esse grupo de historiadores chegaram a participar das escavações no Sítio Arqueológico do Caju.
A presdente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Auxiliadora Freitas, diz que as lives serão uma ótima atração para as famílias nesse momento em que não se pode visitar o museu. “Contamos com a audiência de todos”, convida.
Historicamente, os especialistas dizem, que sabe-se muito pouco sobre os índios que habitaram a região. As referências são bibliográficas de viajantes, que descreveram os índios, a partir de uma visão eurocêntrica, preconceituosa e distorcida.
“Para aprofundar os estudos acerca dos indígenas, temos a arqueologia, ciência que estuda as culturas e os modos de vida de diferentes sociedades humanas do passado, por meio de análise de vestígios - objetos materiais. Para tanto, precisamos lembrar do nosso Sítio Arqueológico do Caju, onde foram retiradas cinco toneladas de material arqueológico para estudo e preservação, nas escavações dos anos de 1967, 1968, 1988, 1989 e 1990. Destas escavações foram encontradas urnas funerárias de cerâmica, descritas por Alberto Lamego, como igaçabas. Além de ossadas, machados de pedra, pedras afiadas e conchas. Todo este material foi enviado para o Instituto de Arqueologia Brasileira, pois neste período a cidade não possui condições de receber este acervo e de expor. Portanto, acabamos perdendo uma importante fonte de pesquisa acerca do índio goitacá e outras tribos que por aqui passaram”, destaca a historiadora Graziela Escocard, uma das participantes do projeto online.