Artista multipotencial, Daiane Gomes iniciou 2021 com o objetivo de marcar presença na cena musical de Campos. A cantora, compositora e escritora lançou em março seu novo trabalho, a canção autoral “Classuda”, nas principais plataformas digitais. Autora do livro “Porres de Amor” e protagonista do pocket show “Eu por dentro”, ambos de 2019, ela aposta agora em um trabalho colaborativo com o videomaker Gabriel Carvalho para continuar conquistando seu espaço no meio artístico.
Daiane Gomes já havia finalizado “Classuda” quando surgiu a oportunidade de juntar o seu trabalho ao de Gabriel, bem como ao da fotógrafa e produtora Pamela Correia, com quem dividiu a direção do clipe, além de assinar o roteiro. O resultado foi a ilustração de uma narrativa sob nova forma de se refletir no rap.
— “Classuda” faz parte desse meu novo momento, uma nova fase da persona artista, preta sapatão, nos meus trabalhos relacionados ao rap, assim como “Brigas” e “Anéis”, dois singles anteriores que abrem caminho para essa narrativa. É sobre se reafirmar como uma mulher que ama mulheres e poder falar disso de diversas formas. O público deve esperar por algo sensual e delicado. Ao mesmo tempo em que tem batida, dança, tem também flerte e romance — afirma Daiane.
No clipe, em uma festa não muito cheia, uma lésbica do signo de áries se apaixona por outra mulher, apelidada por ela de “Classuda”. Entre trocas de olhares, sorrisos e provocações durante a noite, a pisciana é tirada para dançar, mas descobre ao final da noite que o que parecia um romance não passava de um delírio seu. O vídeo está disponível no canal de YouTube da gravadora independente Terror do Interior, da qual Daiane faz parte. A produção musical é da Difunto Beats e da beatmaker Liz Oitobit. Em cena, além de Daiane, destaque também para Liz Aquino, que deu vida a uma das “classudas” evocadas na canção.
— A brincadeira por traz desse clipe é: o que é classuda para você? Tem várias estéticas de classuda. No meio sapatão, a menina que contracena com a Liz, a garçonete que atende no bar, também é uma classuda. São duas classudas — comenta Daiane.
Da baixada à planície – Daiane Gomes nasceu em São João de Meriti, mas desde a infância ficou dividida entre a Baixada Fluminense e Campos devido a um drama familiar.
— Meu pai chantageava minha mãe. Ele a agredia e nos tirava dela, levando para Campos. Para estar perto de nós, ela tinha que estar com ele — lamenta.
Em sua obra, as vivências em Campos se fazem presentes. “Eu canto muito sobre a cidade, falo nas poesias sobre a ciclovia da avenida 28 de Março, sobre Rio Preto. Eu não quero sair para estourar em outro lugar. Me sinto muito pertencente a Campos, minha construção é majoritariamente sobre estar aqui””, enfatiza.