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O adiamento da visita do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, a Campos, motivada pelo agravamento da Covid-19, não interferiu na lapidação do Projeto Fênix, que angariou mais um parceiro. Nesta quarta-feira (17), o secretário municipal de Agricultura, Pecuária e Pesca, Almy Júnior, marcou presença na reunião plenária do grupo, na sede da Fundação Norte Fluminense de Desenvolvimento Regional (Fundenor), onde foram acrescentadas novas reivindicações.

A reunião final acontecerá na próxima segunda (22) e o projeto será entregue, ainda na semana que vem, ao governador, no Palácio da Guanabara. A intenção é que o governo do Estado manifeste seu compromisso público com o projeto durante sua visita a Campos, remarcada para a Semana Santa (28 de março a 3 de abril).

Entre as propostas incluídas no Projeto Fênix, estão a inserção de projetos relacionados ao incentivo do Cooperativismo na reorganização produtiva da região, publicações de editais da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), na área de inovações agrícolas, revitalização do Colégio Agrícola Antônio Sarlo e sua vinculação com a Uenf, como Escola de Aplicação, inserção de projetos no âmbito da Economia e Agricultura Familiar.

As demandas foram apresentadas por representantes da Uenf, do Instituto Federal Fluminense (IFF) e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Uffrj). Elas foram bem recebidas pela mesa que coordenou a reunião, formada por Adelfran Lacerda (mestre de Planejamento Regional e Gestão de Cidades), Vinicius Viana (secretário executivo do Cidennf), Tito Inojosa (presidente da Asflucan), Ronaldo Bartholomeu dos Santos (presidente do Sindicato Rural), Mário César Venâncio (vice-presidente da Fundenor) e Almy Junior (secretário Municipal de Agricultura, Pecuária e Pesca).

O movimento visa reerguer o setor agropecuário e é fruto do desejo de toda sociedade civil organizada de Campos e já angariou diversos parceiros, da iniciativa pública e privada – entre eles do Grupo Folha, um dos idealizadores originais junto ao Sindicato Rural, Associação Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan), Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro) e Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento do Norte e Noroeste Fluminense (Cidennf).

O Projeto Fênix nasceu da necessidade de toda sociedade civil organizada campista de buscar uma saída econômica pelo caminho tradicional: o campo, responsável pela fundação, batismo e sustento do município do século XVII até meados dos anos 90.

O secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca, Almy Júnior, destacou a importância do projeto: “Nós temos que analisar onde e como erramos nesses últimos anos e, com a ajuda desse projeto, construir um novo cenário para a agricultura, que já foi pujante e alavancou a economia do município durante séculos. Campos e o Estado do Rio estão passando por uma dificuldade imensa porque abandonamos a agricultura e isso nos colocou atrasados na guerra comercial contra outros estados da federação, como Espírito Santo e Mato Grosso, que hoje deslancham no cenário nacional”, disse.

Ele ainda complementou que ações devem e estão sendo tomadas de maneira emergencial pelo município, principalmente na recuperação das estradas vicinais, “o maior problema que temos em Campos, quando falamos em agricultura”. Para ele, o projeto vislumbra ótimas ações, mas questões como a reforma de estradas, regularização fundiária e conectividade rural têm que ser resolvidas o quanto antes: “Isso não é questão de planejamento, é ação. Se temos uma saída para o desenvolvimento regional, é através da agricultura, pecuária e pesca. A nossa saída é pelo campo”, concluiu.