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Após diversas reclamações por parte dos campistas que enfrentaram longas filas e aglomerações para tomar a vacina contra a Covid-19 nesta segunda-feira (15), que tinha como público alvo idosos de 79 anos, para a 1º dose, e para a aplicação da 2ª etapa, idosos com 94 e 95 anos e profissionais da saúde que foram imunizados com a vacina Coronavac, a subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde fez um remanejamento das doses da vacina nesta terça-feira (15) e quarta-feira (16), ampliando os locais de imunização para oito pontos para idosos a partir dos 78 anos e profissionais de saúde. A imunização seguirá através do sistema de distribuição de senhas, no horário das 9h às 15h.

De acordo com o subsecretário, Charbell Kury, como toda a campanha de vacinação é programada a partir do recebimento das doses, não é anunciado de forma prévia um calendário sem ter as vacinas.

“O remanejamento é diário para trazer conforto e comodidade a população. Então a partir de amanhã iremos ampliar ainda mais a oferta de vacina até a chegada de novas doses”, afirmou Charbel Kury, lembrando que tanto os idosos quanto os profissionais de saúde que tomaram a primeira dose devem levar o comprovante de imunização.

Nesta segunda-feira, na Uenf, onde 300 doses foram distribuídas, foram registradas longas filas. De acordo com relatos, os primeiros vacinados quando os portões abriram, às 9h, chegaram e esperaram desde as 23h desse domingo (14).

O número de técnicos de enfermagem e enfermeiros havia aumentado com a ajuda de voluntariados, contando com duas enfermeiras coordenando e oito técnicos de enfermagem aplicando as vacinas. Os agentes da Vigilância Sanitária ajudavam, e agilizavam, na medida do possível, a confecção dos registros de vacinação. O esforço foi feito para cobrir a grande demanda, que já era prevista.

— Cheguei aqui às 23h de ontem (domingo) e já havia 50 carros na fila, então, madruguei aqui na frente e pedi para o meu irmão trazer minha mãe na manhã de hoje (segunda) — contou Ney Barbosa, de 53 anos, dono de gráfica, enquanto entrava para a reta final da fila de vacinação da Uenf.

Sua mãe, Marizete Barbosa, de 79 anos, reclamou: “Estou quase morrendo. Minha coluna está estourada, doendo muito e olha que nem dormi aqui. Vim só pela misericórdia de Deus. Já tem duas semanas que estou andando escorada e esse banco do carro está me mantando. Eles (órgãos públicos) tinham que colocar pelo menos um banheiro para a gente, parece que querem nos matar”.

No HPC, nesta segunda, a desorganização era pior, e os idosos e profissionais da saúde que aguardavam nas filas formaram uma aglomeração na calçada. Idosos chegaram a passar mal devido ao calor. Algumas pessoas diziam ter chegado às 4h. Por lá, a fila chegou a ultrapassar a rodoviária Roberto Silveira durante as primeiras horas desta manhã.

A entrada da equipe de reportagem não foi franqueada pelos guardas municipais que tomavam conta do portão da unidade, mas a cena que se via do lado de fora era de aglomeração. Muitas pessoas querendo informação esperavam na fila sem se dar conta da divisão por faixa etária para a vacinação, outras tentavam furar a fila para diminuir o tempo de espera.

Anatércia Andreti levou os seus pais, ambos de 79 anos, para vacinar. “Nós acordamos 4h30 e viemos para cá. Um primo, que é da área de saúde, avisou que haveria apenas 100 senhas aqui nos Plantadores de Cana e se a gente perdesse, a repescagem ainda não tem data certa. Como eu vim do Rio de Janeiro para dar apoio aos meus pais, nos programamos para chegar mais cedo. A fila já estava chegando ao sinal da rua Conselheiro Otaviano, com várias pessoas passando mal. Isso é uma falta de respeito com os idosos, que têm que ficar em pé na fila sem ter a certeza de que serão vacinados”.

Quem vai tomar a primeira dose deve apresentar os seguintes documentos: carteira de identidade ou documento com foto, CPF e comprovante de residência.