Marcão Gomes: Fim do Auxílio
- Atualizado em 12/01/2021 08:41
Marcão Gomes
Marcão Gomes
O desempenho econômico de todo país deve ser prejudicado com o fim do Auxílio Emergencial, que teve a sua última parcela depositada no mês de dezembro. Sem a ajuda do governo federal, a nossa região vai colher uma queda na renda e um aumento na demanda dos serviços da assistência social no governo do estado e nos municípios neste ano.
O fim do benefício por certo irá gerar uma crise social e abrir uma lacuna preocupante no orçamento das famílias mais pobres. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que o Auxílio-emergencial foi única renda de 3 milhões de lares em novembro, temos ainda outro número preocupante, que aponta o número de mais de 14 milhões vivendo na extrema pobreza.
Este drama fica ainda mais acentuado devido à situação crítica do mercado de trabalho. A maioria dos economistas projetam uma recuperação lenta do emprego em 2021, insuficiente para absorver todas as pessoas sem ocupação. No terceiro trimestre de 2020, a taxa de desocupação chegou a 14,6%, o que corresponde a 14,1 milhões de desempregados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O governo federal chegou a ensaiar a criação de um programa para substituir o Auxílio Emergencial, mas a proposta não avançou por falta de consenso dentro do próprio governo. A equipe econômica projeta umrombo recorde em 2020, de R$ 831,8 bilhões, o que levaria a dívida bruta do setor público a patamares próximos de 100% do PIB. O presidente diz que o Brasil está quebrado e, por isso, ele não consegue 'fazer nada' e os economistas cobram reformas importantes, que poderiam reduzir as despesas obrigatórias e aumentar o potencial de crescimento do país, porém seguem paradas no Congresso Nacional. A reforma tributária aguarda análise de uma comissão mista, sem previsão de votação. Já a chamada PEC Emergencial, que cria mecanismos de ajustes para União, Estados e municípios, está no Senado desde 2019.
Em síntese amigo leitor, cerca de 3 milhões de brasileiros cairão na extrema pobreza com o fim do auxílio emergencial e de acordo com uma pesquisa publicada pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), a pobreza extrema neste ano pode ser maior do que a verificada no país antes da Covid-19.
Assim, o número total de pessoas na extrema pobreza chegaria a 17,3 milhões em 2021, segundo os conceitos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que levaria o país ao pior patamar de pobreza desde o início da pesquisa, em 2012.
Esperamos que após o recesso o congresso consiga reunir os entendimentos necessários para aprovação de medidas que possibilitem minimizar este cenário apontado pelos especialistas. Sigamos em frente.

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