O vice-prefeito eleito de Campos, Frederico Paes (MDB), descartou, por ora, a possibilidade de lockdown no município. Ele informou que novos decretos serão publicados a partir de 1º de janeiro. Até essa terça-feira (29), a cidade contabilizava 526 mortos e 13.458 infectados por Covid-19. Do total de casos, 11.473 são considerados recuperados. A ocupação dos leitos aptos para tratamento de coronavírus apresentou redução nos últimos dias. Na terça, 67% dos leitos de UTI e 46% dos clínicos, nas redes pública e contratualizada, estavam ocupados. Apesar de registrar queda em relação à semana anterior, o movimento de transeuntes no Centro de Campos ainda preocupa.
Em entrevista coletiva realizada na Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic), junto ao prefeito eleito, Wladimir Garotinho (PSD), Frederico Paes afirmou que a equipe da Saúde tem dado atenção a todos os problemas relacionados à área, mas está “com o olhar bastante atento à questão da pandemia”.
— Estamos em plena pandemia. A situação está se agravando no Brasil todo, e Campos não está diferente. Vamos emitir alguns decretos a partir do dia 1º. A questão do lockdown, inicialmente, está descartada, mas (haverá) alguns efeitos restritivos, principalmente porque estamos em uma fase de aglomeração, até familiar por causa do Natal e do ano novo, que pode complicar a situação. É esperada, para janeiro, uma situação crítica. Então, a nossa equipe técnica está muito empenhada, principalmente na questão de Farol de São Thomé, Lagoa de Cima e outras áreas que podem ter aglomeração. Estamos planejando para, já a partir do dia 1º, ter um trabalho efetivo na questão da pandemia — adiantou o vice-prefeito eleito.
Centro — A movimentação diminui na área central conforme o feriado de ano novo vai se aproximando. Na última terça-feira do ano, a dois dias do Réveillon, as pessoas continuavam indo às lojas, fazendo compras e formando filas nos bancos e casas lotéricas. Apesar do fluxo na região, os cuidados com as medidas de segurança foram mantidos. A maior parte dos transeuntes usava máscara e fazia esforço para manter o distanciamento social nas calçadas e estabelecimentos no boulevard Francisco de Paula Carneiro.
Mesmo com o trânsito de pedestres, não houve aglomeração, mas a ausência da Guarda Civil Municipal e de fiscalização de Postura fez com que os ambulantes tornassem a posicionar seus itens no meio do calçadão, diminuindo os espaços disponíveis para quem passava.
Na cabeça, o sol e o céu claro, cenário esperado de uma manhã de verão. O vento soprava, mas não era o suficiente para fazer um lugar com sombra disputado nas filas.
A costureira Maria Isabel Silva, de 42 anos, era uma das pessoas que fazia compras na área. Ela se dirigia até uma farmácia no calçadão para refazer o estoque de protetor solar e contou que costuma ir ao Centro frequentemente.
— Eu venho até aqui quase todos os dias para comprar linha e tecido, mas, aproveitando que tive que sacar um dinheiro, parei para comprar protetor solar. Mas não estou achando o movimento fora do normal — comentou, destacando que o uso da máscara está sendo respeitado, “apesar de alguns irresponsáveis”.