O espírito natalino se renova todos os anos. Mas, em 2020, vivenciando uma pandemia, que já provocou ao menos 1,7 milhão de mortes no mundo, atravessando severas crises em diferentes esferas, a solidariedade e o amor ao próximo foram os verdadeiros presentes nesse Natal. Crianças campistas, de bairros distintos, mostraram que para fazer o bem não tem idade. Em Ururaí, os pequenos se reuniram e fizeram um bolo para receber os coletores da limpeza pública. Na área central, dois irmãos, de 1 e 2 anos, presentearam os profissionais que passam todos os dias no portão de sua casa. As iniciativas foram para agradecer pela dedicação desses profissionais tão importantes para manutenção da cidade.
Mãe de Noah e Liah, Pollyana Machado, de 29 anos, fez questão de compartilhar o momento de carinho e de gratidão dos filhos em sua página na rede social, na última terça-feira (22), revelando que a ideia de presentear os trabalhadores partiu do filho de 2 anos. “Todos os dias, Noah e Liah esperam pelos amigos da coleta de lixo. E quando eles chegam, eles agradecem, e falam para eles correrem. Os coletores sempre dão atenção e brincam com eles. Na última semana, ele (Noah) disse que daria um presente a eles, hoje (terça) foi o dia para ele entregar o que ele prometeu”, contou a mãe.
Pollyana fez questão de ressaltar o orgulho que sentiu: “No mundo onde a desigualdade, a falta de respeito e de empatia pelo outro tornou-se natural, o que podemos tentar fazer é educar as crianças da forma mais honesta, igualitária e humana possível! Meus filhos me enchem de orgulho!”.
Léo Arueira, de 37 anos, é um dos protagonistas dessas histórias. Ele trabalha na coleta de lixo da cidade e contou que todas as segundas, quartas e sextas um grupo de cinco crianças espera pelo caminhão, que também conta com o trabalho de Douglas Jesus, Mário Sérgio, Leonardo Vitório e o motorista Elias Nogueira, nas calçadas de uma rua em Ururaí, para poder cumprimentar e desejar um bom trabalho para os profissionais.
— A gente fica muito feliz de saber que passa pela rua e moradores e crianças nos recebem tão bem. A mãe deles veio com um bolo, que tinha desenhos de lixeiros em cima, refrigerantes, e deu uma cartinha para a gente, escrita pelas crianças. A gente fica mais feliz ainda, trabalhamos mais alegres. Toda essa família espera a gente todas as segundas, quartas e sextas, dando um bom dia, um boa tarde. Muito feliz pelo reconhecimento do nosso serviço, que é primordial também — destacou Léo.
