Depois de muitas cobranças, até mesmo na Justiça, a Prefeitura de Campos iniciou o pagamento do 13º salário dos servidores públicos municipais nesta quarta-feira (23). Os servidores da pasta da Educação, que recebem através de verba destinada pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), receberam 100% do valor. Já as demais áreas, ainda estão aguardando os pagamentos. Entre eles, estão os médicos, que tiveram depositados apenas 25% do valor. Um grupo de profissionais que estão na linha de frente do combate à Covid-19 divulgou uma nota de repúdio e onde classificam o parcelamento como "descaso recebido após uma longa jornada cuidando do sofrimento alheio". Confira a nota completa ao final da publicação.
Em sua página oficial, o Sindicato dos Profissionais Servidores Públicos Municipais de Campos publicou que a Educação receberia integral, aposentados e pensionistas 40% do valor, e as demais categorias receberiam apenas 25%.
Questionada, a Prefeitura não confirmou as informações e disse que "a equipe estava trabalhando para iniciar pagamentos".
Depois de muitas cobranças, até mesmo na Justiça, a Prefeitura de Campos iniciou o pagamento do 13º salário dos servidores públicos municipais nesta quarta-feira (23). Os servidores da pasta da Educação, que recebem através de verba destinada pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), tiveram depositados 100% do valor. Já as demais áreas, ainda estão aguardando os pagamentos.
Em sua página oficial, o Sindicato dos Profissionais Servidores Públicos Municipais de Campos publicou que a Educação receberia integral, aposentados e pensionistas 40% do valor, e as demais categorias receberiam apenas 25%.
Questionada, a Prefeitura não confirmou as informações e disse que "a equipe estava trabalhando para iniciar pagamentos".
Tanto o Siprosep quanto o Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe) entraram na Justiça com objetivo de garantir o 13º. Nas duas ações, o desembargador Lúcio Durante, do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), determinou que a Prefeitura se explicasse em até 72 horas.
Na última segunda-feira, o Sepe divulgou uma nota denunciando o atraso no 13º dos profissionais da Educação. Foi citada na nota a aquisição de materiais para escolas e creches com recurso originário do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) em período sem aulas presenciais.
“Enquanto isso, no apagar das luzes de 2020, sem previsão de retorno das aulas presenciais em função da pandemia, muitos materiais têm chegado nas escolas e creches, pagos com recursos do Fundeb, a mesma fonte que garante aos profissionais de educação o pagamento do décimo terceiro. Isso é uma vergonha e total falta de respeito com a comunidade escolar e principalmente os profissionais de Educação”, diz a nota do Sepe.
A Prefeitura de Campos informou que todas as respostas necessárias serão dadas nos prazos legais estabelecidos. “Como já informado, o município trabalha para que pagamentos sejam realizados à medida em que há entrada de recursos”.
Confira a nota completa de repúdio dos médicos:
Nós, médicos servidores PMCG vimos a público manifestar o nosso REPÚDIO ao pagamento de 25% do décimo terceiro.
No dia 18 de março, a PMCG, através do decreto da pandemia, determinou a relotação de todos os médicos que atendiam nos seus ambulatórios para a linha de frente. Os médicos especialistas foram relotados para o atendimento ao COVID, permitindo a abertura do CCC. Os médicos generalistas foram desviados dos seus ambulatórios para cumprir plantão nas UPHS, HGG e HFM, cobrindo carências das equipes de emergência, fundamentais para o enfrentamento de uma pandemia com essa agressividade. Apesar do medo de adoecer e levar doença aos nossos, com angústia de lidar com uma doença desconhecida e letal e com insegurança por estarmos fora de nossas especialidades, prontamente nos apresentamos às novas tarefas. Suspendemos um movimento de greve por melhores condições de trabalho e atendimento. No dia 31/03/2020 o CCC abriu suas portas.
Tudo parado. Comércio fechado, aulas suspensas, ruas vazias e lá estávamos nós, prontos para encarar o desconhecido. Foram meses de muito trabalho e muito aprendizado. Perdas dolorosas. Meses de luta, cansaço, exaustão. Muitos de nós adoecemos e vimos nossos entes adoecerem, morrerem. E quando achamos que tudo voltaria à normalidade, um aumento absurdo de casos e novamente a cortina de fumaça nos assola. E cá estamos ainda. Trabalhando dia a dia, plantão a plantão. Atendendo, estudando, buscando o melhor para nosso paciente.
Não somos heróis. Somos pais, mães, filhos. Somos trabalhadores que amamos nosso trabalho e entendemos a necessidade de estar de pé nesse momento. É nosso direito, como é o de todos os trabalhadores, o recebimento do salário no final do mês. 13º salário não é presente nem cortesia. É o justo. É obrigação. Em um ano tão difícil para todos nós receber 25% do valor devido é desrespeitoso. Uma vergonha. Uma imoralidade.
O sofrimento só é intolerável quando ninguém cuida. E nosso repudio hoje traduz o descaso recebido após uma longa jornada cuidando do sofrimento alheio e ver desrespeitado o nosso próprio por aqueles que deveriam ser os nossos guardiões e não algozes.
Medicos da linha de frente ao atendimento das emergências COVID e não covid da Prefeitura Municipal de Campos