Médico e secretário de Saúde confirmado do governo Wladimir Garotinho (PSD), Geraldo Venâncio reforçou a possibilidade de um lockdown em Campos, caso os dados de infecção por Covid-19 continuem em crescimento, e apontou fevereiro para o início da vacinação contra o coronavírus no município. Em resposta ao blog Opiniões sobre as ações de combate à Covid da futura gestão, o vice-prefeito eleito, Frederico Paes (MDB), confirmou que a equipe técnica está “preparada para adotar as medidas necessárias para minimizar os danos da pandemia”. Campos contabiliza 12.753 pacientes contaminados, com 522 mortes e 11.121 recuperados. Na segunda-feira (21), a ocupação de leitos de UTI e clínicos para Covid, nos hospitais públicos e contratualizados, era, respectivamente, 74% e 49%. O município recebeu novos respiradores e ganhou, ontem, mais 10 vagas de UTI para Covid.
Em entrevista, nessa terça-feira (22), ao Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3, Geraldo Venâncio avaliou que, com as aglomerações das festas de fim de ano, somadas ao negacionismo do governo federal e ao pouco acesso de grande parte dos brasileiros a informações corretas, há possibilidade de janeiro ser um mês de alta nos casos de coronavírus. Este cenário pode resultar em adoção de “medidas duras” no município.
— Se as medidas de afastamento mais severas não forem adotadas, isso vai fazer com que o número de casos cresça muito no verão. O prefeito eleito, Wladimir Garotinho, se houver necessidade, não hesitará em tomar medidas duras necessárias para proteger a população. Tanto Wladimir quanto Frederico. Os números vão dizer. Ontem (segunda-feira), por exemplo, houve pequeno arrefecimento. O índice de ocupação de leitos de UTI caiu para 74% — analisou o futuro secretário de Saúde, adiantando que novos mecanismos de barreira sanitária e novos decretos em relação à Covid serão publicados no dia 4 de janeiro.
Quanto à previsão para a chegada da vacina no município, Venâncio recordou que Wladimir assinou um protocolo de intenção de compra da CoronaVac com o Instituto Butantan, mas disse acreditar que a maioria das cidades que assinaram o termo irá acompanhar o Ministério da Saúde.
— Penso que, de todos os municípios que assinaram o protocolo de intenção, a maior parte deles vai seguir o plano nacional de imunização. Existe previsão para (começar em) fevereiro. São Paulo inicia em 25 de janeiro, já está confirmado. Existe logística que depende da vacina. A da Pfizer e BioNTech, por exemplo, tem que ser usada em grandes centros porque exige conservação a -70ºC. A CoronaVac está na linha de produção mais adiantada. O Butantan tem capacidade instalada para produzir 1 milhão de doses por dia. A Fiocruz está iniciando a produção da Oxford/AstraZeneca. Isso é uma coisa que demora um pouco, e nenhuma das vacinas pediu o registro emergencial ainda — afirmou, destacando que, se cerca de 30% da população tiver imunizada, o nível de segurança para todos cresce exponencialmente. “Mas reitero que todo o processo de vacinação terá que ser acompanhado em médio prazo porque nós não temos, ainda, números definitivos em relação ao tempo de proteção”, complementou.
Medidas necessárias — A pedido do blog Opiniões, o vice-prefeito eleito, Frederico Paes, ex-diretor do Hospital Plantadores de Cana (HPC), se posicionou sobre o enfrentamento à Covid. Ele afirmou que a orientação do prefeito eleito é “no sentido de sempre ouvirmos os nossos técnicos”:
— Nossa equipe está preparada em adotar as medidas necessárias para minimizar os danos da pandemia. Temos médicos experientes, como Dr. Geraldo Venâncio, Dr. Paulo Hirano e Dr. Charbell Kury, em uma força-tarefa para as primeiras medidas do novo governo. Também estamos em contato com os técnicos do atual governo para que a transição não prejudique os trabalhos de combate ao coronavírus. Vamos começar uma campanha forte de conscientização da população já que a pandemia ainda está ceifando vidas.
Alerta — Neste final de ano, as autoridades em Saúde têm orientado que a população esteja ainda mais atenta às medidas protetivas e evite aglomerações para conter a proliferação da doença. Atualmente, no Brasil, a taxa de transmissibilidade do vírus é de 1.3, o que significa que, a cada 100 pessoas que se contaminam, 130 são contaminadas por elas.
— O Natal mais importante da história foi uma reunião simples. É preciso entender que estamos vivendo um momento extremamente perigoso, de chegar ao ponto de você, que tem recursos, entrar na fila para aguardar vagas para UTI. Vamos fazer um Natal e uma passagem de ano diferentes, com chamadas de vídeo e comemorações a distância porque, senão, o pior mês da pandemia será janeiro de 2021 — alertou Geraldo Venâncio.
Hospitais recebem 20 novos respiradores
Deputado federal e prefeito eleito de Campos, Wladimir Garotinho conseguiu, no início desta semana, 20 novos respiradores para o município junto ao Ministério da Saúde, sendo 10 para o Hospital Ferreira Machado (HFM) e 10 para o Hospital Geral de Guarus (HGG). Os aparelhos chegaram ontem às unidades hospitalares.
Por meio das redes sociais, ele declarou que esse “é mais um passo que a gente está dando para melhorar a saúde no nosso município, para salvar vidas que estão sendo ceifadas pelo coronavírus”. Em agosto deste ano, o deputado também havia conseguido, no Ministério da Saúde, 19 respiradores para outros hospitais de Campos. Doze deles foram destinados à Santa Casa de Misericórdia e outros sete estão atendendo pacientes com Covid-19 no Hospital Escola Álvaro Alvim.
De acordo com a assessoria do deputado, a escolha do HGG e do HFM para receberem o material foi “para agilizar a entrega dos respiradores. Na fase atual em que se encontra a pandemia, o termo ‘hospital de referência’ deixou de existir, já que a demanda tem aumentado não só no Centro de Controle de Combate ao Coronavírus, mas em todas as unidades públicas e privadas de Campos. Todos os 20 respiradores serão destinados para toda a rede própria do município Campos, incluindo o Hospital Ferreira Machado, o Hospital Geral de Guarus e as UPHs e, prioritariamente, irão atender aos pacientes portadores da Covid-19”.
A Prefeitura informou que o HFM possui, além das novas vagas, quatro leitos para pacientes graves e cinco de isolamento. O HGG dispõe de quatro leitos de Covid-19 para pacientes graves e 24 de clínica médica.
HFM e UPH São José ganham leitos de UTI
A Prefeitura de Campos, por meio da secretaria municipal de Saúde, abriu, ontem, mais dez leitos de UTI aptos ao tratamento de pacientes graves de Covid-19. Os leitos serão distribuídos no Hospital Ferreira Machado e na Unidade Pré-Hospitalar São José.
Agora, o município conta com 132 leitos de clínica médica e 79 leitos de pacientes graves.
Para tratamento da Covid-19, Campos conta com vagas distribuídas entre o Centro de Controle e Combate ao Coronavírus, Hospital Ferreira Machado, Hospital Geral de Guarus e UPH São José. Além disso, o Hospital dos Plantadores de Cana, Santa Casa de Misericórdia e o Hospital Dr. Beda também são unidades contratualizadas para o atendimento.
De acordo com a secretária de Saúde, Cintia Ferrini, a abertura dos leitos é uma necessidade do município, uma vez que tem sido registrado aumento no número de internações.
— Desde o início da pandemia, o prefeito Rafael Diniz, junto a nossa equipe, não mediu esforços e, assim, seguimos atuando de forma estratégica, visando a garantir a manutenção de leitos da rede pública — pontuou a secretária.