Os médicos Paulo Hirano e Geraldo Venâncio, da equipe de transição do prefeito eleito de Campos, Wladimir Garotinho (PSD), serão convidados nesta quarta-feira (2) pelo prefeito Rafael Diniz (Cidadania) para colaborarem e participarem das reuniões do gabinete de crise do enfrentamento ao novo coronavírus. Ambos já estiveram à frente da secretaria municipal de Saúde em ocasiões anteriores. Além deles, também será convidada por Rafael Diniz a médica Elizabeth da Mata, representante da secretaria Estadual de Saúde responsável pelo setor de regulação no Norte Fluminense. No entanto, para o vice-prefeito eleito Frederico Paes (MDB) — nomeado por Wladimir Garotinho para coordenar a transição na área da Saúde —, a medida não é o suficiente.

Segundo a Prefeitura, "o convite tem por objetivo dar ainda mais transparência ao trabalho do gabinete de crise e estruturar um planejamento para o ano de 2021, considerando o término do mandato do prefeito Rafael Diniz em 31 de dezembro e o fato de a Justiça Eleitoral ainda não ter proclamado o resultado das eleição municipais de 2020". A nota divulgada pelo poder público complementa que "o gabinete de crise do enfrentamento ao coronavírus tem se reunido diariamente diante do momento crítico em que o município se encontra no que diz respeito ao aumento do número de casos, a ocupação de leitos aptos ao tratamento da Covid-19, tanto os públicos quanto os da rede privada de saúde".

“Não adianta convidar os médicos se não sabemos qual é a situação atual da Prefeitura. Como vamos saber, por exemplo, se existem recursos para a compra de respiradores, se não tivemos acesso as informações da secretaria de Fazenda? Como vamos abastecer os hospitais com insumos?", questionou Frederico Paes.

Frederico lembrou ainda que existem outras situações graves na Saúde, como a dos Hospitais Ferreira Machado (HFM) e Geral de Guarus (HGG). O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio (Cremerj) anunciou que entrará com ação judicial contra a Prefeitura de Campos, devido à grave situação que o HFM enfrenta (aqui).

“Temos pacientes à espera de cirurgias nos corredores dos hospitais e faltam medicamentos. Os hospitais contratualizados estão sem receber do município há meses e, com isso, os funcionários dessas unidades estão com os salários atrasados”, ressaltou Paes.

Apesar das dificuldades para o início da transição, os médicos Paulo Hirano e Geraldo Venâncio disseram nessa terça-feira (1º), em entrevista ao Folha no Ar - 1ª edição, da Folha FM 98,3, que acreditavam em avanço imediato neste sentido, ainda que informal, na área da Saúde. Os entraves para o início oficial da transição devem-se ao julgamento, ainda sem data marcada, da denúncia referente à perda do prazo de desincompatibilização dos cargos de diretor do Hospital dos Plantadores de Cana (HPC) e presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Hospitalares e Clínicas de Campos pelo vice-prefeito eleito, Frederico Paes.